Presidente egípcio visita Argélia em sua 1ª viagem oficial ao exterior
Argel, 25 jun (EFE).- O presidente do Egito, Abdul Fatah Al Sisi, se reuniu nesta quarta-feira na capital argelina com o presidente Abdelaziz Bouteflika uma breve visita ao país norte-africano, a primeira que realiza ao exterior.
Sisi, após ser convidado por Bouteflika, declarou que o objetivo de sua visita é “lançar um verdadeiro entendimento e promover uma visão conjunta dos interesses comuns e dos desafios a serem enfrentados pelos dois países e pela região”.
Em umas declarações à agência oficial argelina “APS”, o líder egípcio destacou as questões “estratégicas comuns” e a necessidade de fomentar uma coordenação para lutar contra o terrorismo.
A reunião entre Sisi, que pôs fim à incipiente transição democrática no Egito mediante um golpe de Estado em julho de 2013, e Bouteflika serviu para “reforçar as relações de amizade e de cooperação que existem entre os dois países”, segundo um comunicado presidencial argelino.
Por outro lado, o principal partido islamita da Argélia, Movimento da Sociedade pela Paz (MSP), expressou hoje seu “profundo pesar” pela visita de Sisi, qualificado como “o principal responsável do golpe de Estado contra o presidente eleito (Mohammed Mursi)”.
“Esta visita coloca questões sobre a credibilidade da diplomacia regional e internacional da Argélia”, assegurou o partido opositor em um comunicado divulgado hoje, no qual assegura que o Egito está “praticamente isolado (pela comunidade internacional) devido a suas práticas ditatoriais e antidemocráticas”.
Por último, o MSP mostrou sua solidariedade ao povo egípcio e seu desejo que o país possa reencontrar o caminho “da democracia e das liberdades”.
O jornal “El Watan” destacou o “simbolismo” desta primeira visita de Sisi ao exterior, assim como o respaldo oferecido por Bouteflika, em um momento no qual o regime egípcio é vigiado de perto por vários países da União Europeia.
“Para a Argélia, o recebimento ao presidente Sisi equivale a um total reconhecimento sem fissuras e a uma rejeição sem rodeios da Irmandade Muçulmana e do ex-presidente Mursi”, assegurou o jornal.
Segundo a fonte, a visita permitirá a ambos os países fazer frente “às ameaças” que pairam “sobre eles, sobre o Magrebe, sobre o Sahel e, em geral, sobre a África”
Já o jornal “El Churuk”, a visita de Sisi, classificada como “obscura”, se realiza em um momento em que o Egito está sendo alvo de várias críticas dentro e fora do país.
Antes das eleições de maio, Sisi tinha anunciado que, se fosse eleito, sua primeira viagem como presidente seria à Arábia Saudita, tradicional aliado do Egito e um dos primeiros países a apoiar o golpe de Estado militar.
No entanto, o rei da Arábia Saudita, Abdullah bin Abdul Aziz, se antecipou aos desejos de Sisi e realizou uma visita ao Cairo no último dia 20 para saudar o novo chefe de Estado do Egito. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.