Presidente paquistanês assina lei de tribunais militares para terroristas

  • Por Agencia EFE
  • 07/01/2015 10h08

Islamabad, 7 jan (EFE).- O presidente do Paquistão, Mamnoon Hussain, assinou nesta quarta-feira a lei para a criação de tribunais militares especiais para os casos de terrorismo durante os dois próximos anos, uma das medidas tomadas depois do ataque talibã a uma escola no qual morreram 132 estudantes.

A assinatura presidencial, embora simbólica, dá sinal verde ao estabelecimento de tribunais militares depois que ontem as câmaras baixa e alta do parlamento aprovaram, por maioria, a 21ª Emenda Constitucional e a Lei do Exército do Paquistão 2015, informa o jornal “Dawn”.

Nas votações parlamentares nenhuma formação se opôs à reforma constitucional e só se abstiveram vários partidos religiosos e a formação do político opositor Imran Jan.

O primeiro-ministro do Paquistão, Nawaz Sharif, anunciou a criação de tribunais militares especiais no final de dezembro após o massacre de um grupo talibã em uma escola de Peshawar e, embora conte com um grande apoio político, também despertou receios por deixar parte da justiça em mãos do todo-poderoso exército.

“Esta lei trata sobre tribunais militares julgando terroristas que matam paquistaneses… é um dia importante para o Paquistão, a nação decidiu que os terroristas serão eliminados pela raiz”, disse Sharif ontem após a votação.

No entanto, o principal jornal do país asiático considerou um “dia triste” a decisão do parlamento.

“Necessitamos de uma estratégia coerente para lutar contra a insurgência, e os líderes políticos e civis devem trabalhar juntos. Mas os tribunais militares não são a resposta”, afirma em um editorial o “Dawn”, um dos mais influentes do país.

“Tristemente os líderes políticos abdicaram de suas responsabilidades”, acrescenta o editorial.

Após o ataque à escola, Sharif também levantou a moratória vigente desde 2008 sobre a pena capital, o que se traduziram em nove execuções até agora, as duas últimas hoje, e o exército intensificou a ofensiva contra os insurgentes no noroeste do país. EFE

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