Presos armados tomam reféns e se suicidam em Taiwan após protesto

  • Por Agencia EFE
  • 12/02/2015 00h29

Taipé, 12 fev (EFE).- Uma rebelião em um presídio do sul de Taiwan terminou nesta quinta-feira depois que seis detentos tomaram reféns, se armaram e protestaram contra a suposta parcialidade da Justiça do país, mas acabaram se suicidando após 14 horas de crise.

Os seis internos também protestavam pelos baixos salários que recebiam por seus trabalhos na prisão, mas não causaram nenhum dano aos reféns, o diretor da prisão e outros funcionários, no primeiro caso deste tipo em uma prisão do arquipélago.

Os prisioneiros tomaram os funcionários como reféns depois que solicitaram tratamento médico e protestaram contra supostos maus-tratos. Em seguida, forçaram sua entrada no arsenal da prisão, onde pegaram fuzis, pistolas e munição, disse o vice-ministro da Justiça de Taiwan, Chen Ming-tang.

O diretor da prisão Talia, na cidade portuária de Kaohsiung, Chen Shizhi, e o subdiretor, Lai Chen-jung, se ofereceram para serem trocados pelos funcionários reféns.

Os prisioneiros pediram veículos e exigiram a leitura de seus pedidos e protestos diante das câmeras de televisão como condição para não ferir e libertar os reféns.

Na declaração, assinada pelo líder dos rebelados, Zheng Lide, de 46 anos e condenado a 18 anos por assassinato, acusou o sistema judiciário de ser parcial e protestou contra a libertação do ex-presidente Chen Shui-bian.

Chen Shui-bian, do Partido Democrata Progressista (PDP), de oposição, foi condenado por corrupção, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro, mas foi acabou sendo libertado por razões médicas há aproximadamente um mês.

O diretor da Agência de Prisões, Wu Hsien-chang, foi quem leu as declarações dos internos diante das câmeras de televisão e mostrou o texto manuscrito dos mesmos, após chegar a um acordo com os prisioneiros.

O vice-ministro de Justiça Chen Ming-tang declarou, no entanto, que “nunca” negociaria com os delinquentes e que não seriam disponibilizados os veículos solicitados.

Os seis presos tinham sido condenados por roubo, homicídio e tráfico de drogas e cumpriam pena na penitenciária de Taliao, onde há cerca de 3 mil internos.

A prisão foi isolada pelos policiais durante todo o tempo para evitar uma possível fuga dos detentos amotinados. EFE

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