Presos de Guantánamo terão vida normal no Uruguai, diz ministro da Defesa
Montevidéu, 8 dez (EFE).- O ministro de Defesa uruguaio, Eleuterio Fernández Huidobro, defendeu nesta segunda-feira a inserção social dos seis detentos da prisão de Guantánamo que chegaram no domingo ao Uruguai na qualidade de refugiados.
“O Uruguai é um país de imigrantes. Vão ter de conseguir um trabalho, e, se quiserem trazer suas famílias, poderão fazer isso”, declarou o ministro à rádio “Carve”.
Há meses, Uruguai e Estados Unidos negociavam a chegada ao país sul-americano destes prisioneiros de Guantánamo, uma prisão para acusados de terrorismo situada na base que os EUA têm em território cubano.
Segundo uma pesquisa divulgada em outubro, 58% dos uruguaios rejeitava esta decisão, um compromisso adotado pelo presidente do Uruguai, José Mujica, em uma reunião com o presidente dos EUA, Barack Obama, no último mês de março.
Em relação ao suposto perigo que estes ex-prisioneiros poderiam representar à sociedade, o titular da Defesa opinou que não é bom “estigmatizar”.
“Parece que desconhecemos nossa própria história”, opinou Huidobro.
Estes ex-detentos, contra os quais nunca foram apresentadas acusações, são considerados de baixo risco pelos EUA, motivo pelo qual o ministro assegurou que a suspeita que pudessem integrar células terroristas é “um disparate”.
Esta transferência ao Uruguai deixa Guantánamo com 136 presos, dos quais 67 já foram aprovados para serem transferidos, 59 estão em revisão para determinar se podem ser libertados e apenas 10 enfrentam acusações, foram acusados formalmente ou cumprem sentenças. EFE
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