‘Prévia do PIB’ volta a cair em maio e tem pior resultado desde 2010

  • Por Estadão Conteúdo
  • 14/07/2016 11h48
David Alves/Palacio Piratini David Alves/Palacio Piratini Setor da indústria foi o mais afetado pela retração do PIB no 2º trimestre

Depois da leve alta de abril (0,07% pelo dado já revisado), a economia brasileira voltou a andar de ré em maio. O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) desse mês teve baixa de 0,51% ante abril, com ajuste sazonal, conforme informou, nesta quinta-feira (14), a instituição. Esse é o pior resultado desde janeiro de 2010.

O IBC-Br registrou, em maio, o menor nível em mais de seis anos. Em janeiro de 2010, o indicador do BC estava em 133,56 pontos (dado já atualizado) e, em maio deste ano, caiu para 133,67 pontos pela série com ajustes sazonais. Já na série sem ajuste sazonal, o IBC-Br atingiu a marca de 133,14 pontos, em maio, que é a mais baixa desde fevereiro deste ano (130,46 pontos). 

De um mês para o outro, o índice de atividade calculado pelo BC passou de 134,36 pontos para 133,67 pontos na série dessazonalizada. A queda do IBC-Br ficou mais profunda do que a mediana de -0,22% obtida com as estimativas dos 34 analistas do mercado financeiro consultados pelo Broadcast Projeções, mas dentro do intervalo que ia de queda de 0,70% à alta de 0,20%. 

No acumulado deste ano, a retração é de 5,79% pela série sem ajustes sazonais. Também pela série observada, é possível identificar um recuo de 5,43% nos 12 meses encerrados em maio.

Na comparação entre os meses de maio de 2016 e 2015, houve baixa de 4,92% também na série sem ajustes sazonais. A série observada encerrou com o IBC-Br em 133,14 pontos ante 135,66 de abril. O indicador de maio de 2016 ante o mesmo mês de 2015 mostrou uma retração menor do que a apontada pela mediana (-4,40%) das previsões dos 31 analistas do mercado financeiro ouvidos pelo Broadcast Projeções (-5,30% a -3,50%).

Revisão 

Em janeiro, o Banco Central promoveu uma revisão metodológica na apuração do IBC-Br para incorporar a estrutura de produtos e avanços metodológicos do Sistema de Contas Nacional, entre outros indicadores. 

Conhecido como “prévia do PIB do BC”, o IBC-Br serve como parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses. A atual previsão oficial do BC para a atividade doméstica deste ano é de queda de -3,3%, de acordo com o mais recente Relatório Trimestral de Inflação.

Também no Relatório de Mercado Focus da última segunda-feira (11), a mediana das estimativas do mercado para o Produto Interno Bruto (PIB) estava em -3,30%.

Trimestre

O IBC-Br registrou baixa de 0,97% no acumulado do trimestre, de março a maio, na comparação com o resultado dos três meses anteriores pela série ajustada do Banco Central. Já na comparação, de março a maio, com idêntico período de 2015, o resultado do índice foi de queda de 5,49% pela série observada.

Como de costume, o Banco Central revisou dados do Índice de Atividade Econômica na margem na série com ajuste. Em abril, o IBC foi alterado de +0,03% para +0,07%. No caso de março, a revisão foi de -0,36% para -0,42%. O dado de fevereiro foi mantido em -0,30% e o de janeiro, de -0,65% para -0,69%. Em relação a dezembro do ano passado, o BC substituiu a taxa de -0,19% pela de -0,21% e a de novembro, de -0,15% pela de -0,86%.

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