Previsões do mercado para inflação e retração da economia sobem novamente

  • Por Agência Estado
  • 03/11/2015 09h31
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Reprodução Google Inflação cai

As previsões para a inflação subiram mais alguns degraus no Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta terça-feira, 3. A mediana para o IPCA do ano que vem avançou de 6,22% para 6,29%. Esta é a 13ª semana consecutiva de elevação. Há quatro edições, o ponto central da pesquisa era de 5,94%. JÁ a expectativa de retração do PIB em 2015 passou de 3,02% para 3,05%

(veja mais sobre o PIB, câmbio e Selic mais abaixo)

No caso da elite dos economistas que mais acertam as previsões para a inflação no médio prazo, denominada Top 5, a mudança foi de 7,30% para 7,33%. Quatro edições atrás estava em 6,46%. A meta de 2016 é de 4,5% com margem de tolerância de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima, o que abrigaria uma taxa de até 6,50%.

Já as projeções para a inflação deste ano subiram de 9,85% para 9,91% na pesquisa geral. Há quatro semanas, estavam em 9,53%. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC havia apresentado estimativa de 9,5% para este ano tanto no cenário de referência quanto no de mercado.

Pelos cálculos da instituição revelados no RTI, o IPCA para 2016 subiu de 4,8% para 5,3% no cenário de referência e passou de 5,1% para 5,4% no de mercado. Na ata do Copom da semana passada, o BC informou que suas projeções subiram ainda mais tanto no cenário de mercado quanto no de referência.

Para a inflação de curto prazo, a estimativa para outubro subiu de 0,78% para 0,79% – estava em 0,53% quatro semanas atrás. Já a de novembro continuou em 0,60% de uma semana para outra ante taxa de 0,55% verificada há um mês.

As expectativas para a inflação suavizada 12 meses à frente melhoraram na pesquisa Focus de hoje, passando de 6,50% – exatamente no limiar do teto da meta – para 6,47%. A taxa de 6,11% era vista quatro edições atrás.

No caso do Top 5 de 2015, o ponto central da pesquisa atingiu dois dígitos pela primeira vez: a mediana das previsões desse mesmo grupo saltou de 9,95% para 10,03% – também bem acima do teto da meta deste ano, que tem os mesmos parâmetros da de 2016. Há quatro semanas, essa mediana estava em 9,66%.

Preços administrados

As projeções para os preços administrados voltaram subir no Relatório Focus tanto para 2015 como para 2016. A mediana das previsões para esse conjunto de itens no ano que vem passou de 6,60% para 6,75%. Há quatro semanas, estava em 6,00%.

Para 2015, as estimativas do mercado financeiro para os preços administrados saiu de 16,11% para 16,50% de uma semana para outra – um mês atrás, a mediana das estimativas era de 15,55%.

PIB

De acordo com o documento divulgado na manhã desta terça-feira, 3, pelo Banco Central, a perspectiva de retração da economia este ano passou de 3,02% para 3,05% – um mês antes estava em queda de 2,85%. Para 2016, a mediana das previsões saiu de -1,43% para -1,51%. Quatro semanas atrás estava negativa em 1,00%.

Segundo o IBGE, o PIB brasileiro caiu 2,6% no segundo trimestre deste ano na comparação com o primeiro e 1,9% ante o mesmo período de 2014. No Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de setembro, o BC revisou de -1,1% para -2,7% sua estimativa para a retração econômica deste ano.

No caso da produção industrial, não houve mudanças nas previsões Para 2015, a mediana das expectativas seguiu em baixa de 7,00% pela terceira semana consecutiva e, para 2016, passou de -1,50 para -2,00%. Há quatro semanas, as medianas destas previsões eram de, respectivamente, -6,50% e -0,29%.

Já na relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB, a projeção dos analistas passou por ajustes. Para 2015, caiu de 35,85% para 35,80% – quatro edições antes estava em 36,00%. Para 2016, a taxa subiu de 39,20% para 39,30% – um mês antes estava em 39,35%.

Juros (Selic)

A única mudança das previsões no Focus pelo sobre a taxa básica de juros foi em relação ao comportamento da Selic média do ano que vem. O foco da instituição sobre a meta agora foi deslocado para 2017, mas com a promessa de que seguirá “vigilante”. 

Para 2016, a Selic média do ano que vem foi alterada de 13,88% para 13,95% – estava em 13,63% um mês atrás. Já a mediana continuou em 13,00% ao ano de uma semana para outra. Há quatro edições do documento, o ponto central apontava para uma taxa de 12,50% aa. 

Para este ano, os analistas deixaram suas projeções para a Selic inalteradas. A mediana permaneceu em 14,25% ao ano pela 14ª semana seguida, assim como a mediana para a Selic média de 2015, que continuou em 13,63% ao ano pelo mesmo período. 

Na quinta-feira passada, o BC divulgou a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), dando mais detalhes sobre os motivos que levaram o colegiado a manter a taxa básica de juros em 14,25% ao ano, mas a mudar o seu comunicado. O BC diz agora que a chance de levar a inflação para a meta no fim de 2016 ficou pequena e que, por isso, passou a trabalhar com o prazo de “horizonte relevante”, que são 24 meses. 

Entre os economistas que mais acertam as projeções para o rumo da taxa básica de juros, o grupo Top 5, no médio prazo não houve mudanças: para 2015 a Selic deve encerrar o ano em 14,25% – previsão apontada já há 19 semanas – e a mediana das previsões para 2016 foi mantida em 12,75% ao ano pela segunda vez consecutiva. 

Câmbio

As estimativas para o dólar ao final de 2015 e 2016 foram mantidas no Relatório de Mercado Focus divulgado nesta terça-feira, 3, pelo Banco Central, mas houve mudança nas previsões da cotação média para os dois anos.

De acordo com o boletim, para o encerramento de 2016, a mediana das estimativas para o dólar seguiu em R$ 4,20 de uma semana para outra. Há quatro edições do Focus a perspectiva era de uma cotação de R$ 4,00. Já o ponto central da pesquisa para a cotação média de 2016 passou de R$ 4,05 para R$ 4,11 no período. Um mês antes, a mediana estava em R$ 3,99.

No caso de 2015, as projeções para o dólar no fim do ano seguiram em R$ 4,00, como visto há quatro edições consecutivas. Já o câmbio médio caiu de R$ 3,41 para R$ 3,40 – quatro edições da pesquisa atrás, a mediana das expectativas estava em R$ 3,41.

Imagens do texto: Foos Públicas e Reuters

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