Primeiro acusado de crime de guerra por destruir monumentos é entregue ao TPI

  • Por Agencia EFE
  • 26/09/2015 10h41

Bruxelas, 26 set (EFE).- Ahmad al Faqi al Mahdi, conhecido como “Abu Tourab”, foi entregue neste sábado ao Tribunal Penal Internacional (TPI) acusado de crimes de guerra pela destruição de monumentos históricos e religiosos em Timbuktu (Mali), o primeiro caso deste tipo que chega ao tribunal.

Segundo a corte, as autoridades da Nigéria transferiram o suspeito, que chegou hoje ao centro de detenção do TPI na Holanda.

Conforme à ordem de detenção emitida em 18 de setembro pelo tribunal, Al Mahdi é suspeito de crimes de guerra pelo ataque proposital perpetrado em Timbuktu entre 30 de junho e 10 de julho de 2012 contra edifícios religiosos e monumentos históricos.

Entre os edifícios que supostamente teria destruído ou ajudado a destruir figuram nove mausoléus e uma mesquita.

Trata-se do primeiro caso relativo à destruição de edifícios consagrados à religião e de monumentos históricos apresentado perante o TPI.

O tribunal concluiu que as provas apresentadas pela promotoria oferecem “motivos razoáveis” para pensar que Al Mahdi é penalmente responsável por ter cometido essa destruição, individualmente e junto com outras pessoas e de ter “facilitado ou ajudado a comissão” dos crimes de guerra que lhe são atribuídos.

A ordem de detenção indica que há evidências de que em janeiro de 2012 começou no Mali um conflito armado durante o qual a cidade de Timbuktu esteve sob o controle de vários grupos armados, incluído Al Qaeda no Magrebe Islâmico (AQMI) e Ansar ed-Dine.

E Al Mahdi, tuaregue nascido em uma cidade a 100 quilômetros de Timbuktu, teve um papel ativo na ocupação dessa cidade e era membro do Ansar ed-Dine.

O caso contra Al Mahdi é também o primeiro no contexto da investigação do TPI sobre a situação no Mali. EFE

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