Primeiro homem a votar na Índia independente volta às urnas 63 anos depois
Nova Délhi, 7 mai (EFE).- Um homem de 97 anos, o primeiro homem a votar nas primeiras eleições na Índia, em 1951, após a independência do país, voltou nesta quarta-feira a madrugar para depositar sua cédula nas eleições nacionais indianas, informaram veículos de imprensa locais.
Shyam Saran Negi foi o primeiro a comparecer para votar em 25 de outubro de 1951 em um colégio eleitoral no estado de Himachal Pradesh, no norte do país, em um distrito então chamado Chini, segundo a agência local “Ians”.
As primeiras eleições na Índia após a independência foram antecipadas para outubro daquele ano no estado na fronteira com a China, diante da previsão de que em fevereiro do ano seguinte, quando o restante do país votou, muitas regiões ficaram inacessíveis pelas fortes nevadas próprias dessa parte da cordilheira do Himalaia.
Negi voltou no início da manhã votar acompanhado de sua esposa Hira Mani, dez anos mais jovem que ele, em Kalpa, uma cidade do distrito eleitoral denominado atualmente Kinnaur, vestido com um traje e um gorro típicos da região.
O professor aposentado desde 1975 lembrou sua chegada à seção eleitoral, e disse que não faltava a uma votação desde 1951 e estimulou os eleitores a exercerem seu direito ao voto, com a esperança de que o novo governo indiano acabe com problemas como a corrupção e a alta do preço dos alimentos.
“Se posso votar aos 97 anos, os jovens também podem. Peço a todos que votem”, declarou Shyam Saran Negi, que tinha 34 anos quando foi votar pela primeira vez depois da independência indiana do Reino Unido.
A imagem de Negi a caminho das urnas 63 anos depois é uma das mais repetidas nos meios de comunicação e nas redes sociais na Índia nesta jornada, a nona das eleições nacionais que começaram o passado 7 de abril.
O décimo dia de votações será em 12 de maio, mas os resultados serão revelados apenas no dia 16 deste mês.
O penúltimo dia do processo acontece em seções eleitorais de sete estados, entre eles Himachal Pradresh, com 64 cadeiras em jogo das 543 do parlamento nacional da maior democracia do mundo.
Mais de 95 milhões de eleitores estão inscritos nessas regiões, dos cerca de 814 milhões que compõem o eleitorado no gigante asiático nessas eleições.
O nacionalista hindu Narendra Modi, candidato do opositor Bharatiya Janata Party (BJP), parte como favorito, embora desperta temor entre minorias religiosas por sua suposta envolvimento em um massacre de quase mil de muçulmanos em 2002, embora diversas investigações judiciais o absolveram.
Após uma década no poder, o Partido do Congresso, da dinastia Nehru-Gandhi, chega muito desgastado às eleições acossado por casos de corrupção e a desaceleração do crescimento.
Rahul Gandhi, chefe de campanha do partido que governou a Índia 54 dos 67 anos desde sua independência, não convence segundo as enquetes a um jovem eleitorado que tem mais expectativas após uma década de alto crescimento econômico. EFE
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