Primeiro-ministro do Japão aposta em estreitar relações com América Latina

São Paulo, 2 ago (EFE).- O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, que visitou esta semana Chile, México, Colômbia, Peru e Trinidad e Tobago, disse neste sábado em São Paulo a intenção de estreitar a relação de seu país com a América Latina.

“Quero elevar a relação com a América Latina a um nível ainda maior. Assinar uma associação estratégica entre Japão e América Latina”, disse Abe durante entrevista coletiva na capital paulista.

Neste sentido, o premiê afirmou que espera propostas do setor privado para negociar um acordo de livre-comércio com o Mercosul, assunto que está ainda em fase muito embrionária e que ainda não teve discussões formais.

O líder japonês começou na semana passada uma viagem pela América Latina e Caribe, na qual ratificou acordos bilaterais com vários países e que, no caso do Brasil, terminou com o investimento de US$ 700 milhões em créditos japoneses para a agricultura e a indústria petrolífera.

Além de intensificar a cooperação comercial, o primeiro- ministro do Japão quer estreitar os laços em “questões internacionais e contribuir com a paz mundial”.

Em seu discurso, Shinzo Abe fez referência à necessidade de realizar uma “reforma estrutural” nas Nações Unidas junto ao Brasil para que ambos os países tenham um assento permanente no Conselho de Segurança.

A visita do primeiro-ministro japonês aconteceu duas semanas após a China, rival econômico do Japão, assinar dezenas de acordos com diversos países latino-americanos durante a viagem oficial do presidente chinês, Xi Jinping, à região, que deu sinal verde no Brasil à criação de um banco de desenvolvimento dos Brics, integrado pelos países à Rússia, Índia e África do Sul.

“Os empréstimos do Banco Mundial e outras instituições internacionais foram realizados com alta qualidade e governança justa. Acho que o banco dos Brics tem que ser estruturado com base nas regras internacionais. A demanda de infraestrutura é muito grande. É necessário atender a essas elas de forma eficiente”, ressaltou Abe.

Sobre as relações bilaterais entre Japão e China, o líder japonês expressou sua intenção de realizar uma cúpula com o país vizinho no Fórum de Cooperação Econômica da Ásia-Pacífico (Apec) que acontecerá em Pequim.

“Temos questões de fronteiras marítimas. Precisamos manter as conversas e encontrar uma solução. É assim que melhoramos a relação entre os países”, declarou.

Neste sábado, nos últimos compromissos da viagem, Shinzo Abe se reunirá com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; assistirá a um seminário econômico e a outro farmacêutico, e se reunirá com a comunidade japonesa no bairro da Liberdade. EFE

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