Primeiro-ministro russo visitará ilhas Curilas apesar de protestos do Japão

  • Por Agencia EFE
  • 21/08/2015 14h00

Moscou, 21 ago (EFE).- O primeiro-ministro da Rússia, Dmitri Medvedev, visitará amanhã, sábado, as ilhas Curilas, apesar dos enérgicos protestos do Japão, que reivindica a soberania sobre esse arquipélago no oceano Pacífico.

Medvedev viajará para Iturup, uma das quatro ilhas controladas pela Rússia, para participar de um fórum juvenil e inspecionar as infraestruturas do território, informaram as agências locais nesta sexta-feira.

Recentemente o governo russo aprovou um programa de desenvolvimento do arquipélago (2016-2025) cujo objetivo é reduzir o ininterrupto êxodo da população do território desde a queda da URSS (1991) devido as difíceis condições de vida.

Medvedev, que chegou hoje à ilha de Sakhalin, se tornou em 2010 o primeiro dirigente russo a pôr os pés no arquipélago, viagem que repetiu dois anos depois já como chefe do governo.

Às vésperas desta nova viagem, o Japão emitiu uma nota de protesto, afirmando que esta será um obstáculo no diálogo político entre as potências, que têm pendente um tratado de paz desde a Segunda Guerra Mundial.

O ministro porta-voz do Executivo japonês, Yoshihide Suga, se dirigiu hoje a Medvedev e ameaçou suspender seus planos de visitar os territórios do Norte, como Tóquio chama as disputadas ilhas Curilas.

A Rússia respondeu que, já que as Curilas são território russo, os dirigentes do país podem visitar as ilhas quando considerarem oportuno.

Os dois países retomaram em abril de 2013 as negociações para a assinatura de um tratado de paz, que deve substituir o armistício assinado após o fim da disputa mundial, que teve no exército imperial japonês um dos grandes derrotados.

A Rússia sempre defendeu assinar o tratado de paz antes de abordar a disputa territorial das Curilas, sob controle soviético e depois russo desde 2 de fevereiro de 1946.

Já o Japão considera as Curilas do sul (Kunashiri, Etorofu, Shikotan e Habomai para os japoneses) “parte ancestral e inalienável de seu território” e vincula à assinatura do tratado de paz a definição desta questão.EFE

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