Primeiro-ministro turco abandona tentativa de criar novo governo
Ancara, 18 ago (EFE).- A menos de uma semana do vencimento do prazo para a formação de um novo governo na Turquia, o primeiro-ministro Ahmet Davutoglu, do partido islamita AKP, abandonou nesta terça-feira a tentativa de criar uma coalizão, o que aproxima o país da realização de eleições antecipadas para ainda este ano.
Após um encontro com o presidente Recep Tayyip Erdogan, o primeiro-ministro interino reconheceu que não conseguiu formar um governo que possa sobreviver a um voto de confiança.
O dia 23 de agosto é a data limite para a formação de um novo governo na Turquia ou, caso contrário, serão convocadas eleições antecipadas.
Segundo a tradição política da Turquia, o presidente deveria deixar a formação do governo, agora, ao segundo partido mais votado no pleito, o opositor CHP.
Alguns analistas, no entanto, apontam que Erdogan, homem-forte e fundador do AKP, não respeitará esta tradição convocando imediatamente a formação de um governo provisório, à espera das eleições antecipadas.
Nas eleições de 7 de junho, o partido do presidente venceu com quase 41% dos votos, o CHP foi o segundo com 25%, o ultranacionalista MHP ficou com 16%, e o pró-curdo HDP foi o quarto colocado, com 13%.
A imprensa turca especula que Erdogan e o AKP, na realidade, querem convocar eleições para conseguir novamente ter a maioria absoluta, o que facilitaria ao presidente conseguir reformar a constituição do país, implantando o sistema presidencialista.
As pesquisas, no entanto, indicam que o AKP pode perder votos no novo pleito, e o HDP estaria prestes a superar a barreira de 10% dos votos, para conseguir entrar no parlamento.
No meio desta incerteza política, foi reiniciado o conflito com o ilegal Partido dos Trabalhadores de Curdistão (PKK), que suspendeu cessar-fogo em julho, após dois anos. Desde então, mais de 30 agentes das forças de segurança turcas e centenas de guerrilheiros morreram. EFE
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