Pró-russos acusam observadores da OSCE de espionagem
Moscou 31 mai (EFE).- Os quatro observadores da missão da Organização de Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) retidos desde a segunda-feira pelas milícias pró-russas na região de Donetsk são suspeitos de espionagem, informou neste sábado um dos líderes da Frente Popular de Donbass, Vladimir Rogov.
Rógov disse à agência “RIA Novosti” que os detidos, cidadãos da Turquia, Dinamarca, Estônia e Suíça levavam “equipamentos suspeitos”. “Estamos verificando e ao mesmo tempo estamos em contato permanente com a OSCE. Eles sabem que seus rapazes estão bem”, afirmou.
O contato com a equipe de quatro especialistas foi perdido às 18h (locais, 10 em Brasília) da segunda-feira quando eles viajavam de Donetsk à Lugansk.
Três dias depois, o autoproclamado prefeito de Slaviansk, Viacheslav Ponomariov, admitiu que os observadores tinham sido detidos pelos separatistas e prometeu a pronta libertação.
Os rebeldes ucranianos sequestraram outros quatro observadores da OSCE, e agora já são oito os que estão em seu poder.
Aparentemente, os observadores internacionais foram detidos por homens armados na cidade de Severodonetsk, 100 quilômetros ao norte da capital regional (Lugansk), o que foi confirmado pelos próprios insurgentes.
O líder da Frente do Sudeste, Sergei Veselovski, informou às agências russas sobre a detenção de quatro europeus que “viajavam de maneira descarada por toda a região sem avisar ninguém”.
Veselovski anunciou a libertação desses observadores, mas essa informação ainda não foi confirmada pela OSCE.
Segundo a imprensa russa, o mediador da OSCE para a Ucrânia, o diplomata alemão Wolfgang Ischinger, não ampliou seu mandato, que expirou em 25 de maio, e o órgão ainda não determinou quem irá substituí-lo.
O político alemão, durante seu mandato, não tinha descartado retirar os observadores da organização na Ucrânia se a situação continuasse se mostrando tão perigosa.
“Se a insegurança é tanta que devemos temer pela vida de nossos colaboradores, infelizmente, devemos retirá-los”, disse Ischinger em um programa da televisão pública alemã “ZDF”.
A missão especial de observação da OSCE na Ucrânia, em andamento desde março, conta atualmente com 280 pessoas, entre elas 200 observadores civis de 41 países.EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.