Procuradora-geral da Venezuela acusa EUA de quererem financiar os protestos

  • Por Agencia EFE
  • 14/03/2014 12h03

Genebra, 14 mar (EFE).- A procuradora-geral da Venezuela, Luisa Ortega, afirmou nesta sexta-feira que o dinheiro solicitado pelos legisladores americanos para defender os direitos humanos no país latino-americano será na realidade usado para financiar ações violentas.

“Eles pediram dinheiro. Sem dúvida isso é para financiar essas ações violentas que vem acontecendo na Venezuela. Para comprar C-4, que é uma substância altamente explosiva. Era como um quilo de C-4, o que expropriamos”, declarou Ortega em entrevista coletiva em Genebra.

Consultada sobre se realmente acusava aos legisladores americanos de querer financiar os protestos, Ortega respondeu: “Se estão pedindo dinheiro, US$ 12 milhões, para que mas é esse dinheiro?”.

A procuradora-geral se referia a dois projetos de lei bipartidárias que foram apresentados ontem no Congresso dos Estados Unidos que buscam impor sanções contra aqueles membros do governo de Nicolás Maduro que tenham estado envolvidos nos episódios de violência que desde há um mês sacodem as ruas da Venezuela.

Um desses projetos, a “Lei para a Defesa dos Direitos Humanos e da Sociedade Civil da Venezuela”, contempla uma ajuda de US$ 15 milhões, montante que deveria ser usado “para a defesa dos direitos humanos na Venezuela, a proteção dos veículos de comunicação independentes e o fortalecimento da sociedade civil em defesa dos valores democráticos no país”.

Nesse sentido, Ortega lembrou que a legislação venezuelana proíbe o financiamento externo do ativismo político.

“Na Venezuela é proibido o financiamento para fazer política interna, que é particular dos venezuelanos. Puniremos os que receberem financiamento de governos estrangeiros para fazer política interna”, advertiu.

Ortega acusou os Estados Unidos de quererem ser o “governante do mundo” e ameaçou fiscalizar ela mesma as ações americanas.

“Os Estados Unidos são a polícia do mundo? Quem lhes deu autoridade para sancionar os países?”, questionou, prosseguindo:

“São o fiscal do mundo? O tribunal do mundo? Porque nesse caso eu também vou assumir esse papel e questionar as ações em Guantánamo, a invasão do Vietnã, a invasão do Afeganistão, pelos atropelos que cometeu na América do Sul e América Central, pelo golpe de Estado no Chile, na Nicarágua e tantos outros que se me escapam”, disse.

Em seguida, a representante venezuelana destacou que seu país é “independente e soberano”, que respeita a autodeterminação dos povos.

“Rejeitamos qualquer ingerência de qualquer país do mundo. Nós resolvemos nossos problemas e respeitamos o direito dos países do mundo de resolver seus conflitos. Queremos que nos respeitem”, concluiu. EFE

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