Procuradoria belga confirma três prisões em Bruxelas por atentados de Paris

Bélgica também presta homenagem às vítimas do atentado com as cores da bandeira francesa

A Procuradoria da Bélgica confirmou neste sábado (14) a prisão de três pessoas em uma operação realizada no bairro de Molenbeek, em Bruxelas, por seu suposto envolvimento nos atentados terroristas perpetrados em Paris.

O promotor de Paris, François Molins, informou que enviou quatro pedidos de assistência judicial internacional relativos aos ataques da capital francesa, nos quais morreram 129 pessoas, segundo o último balanço oficial divulgado pelas autoridades.

A Procuradoria belga indicou que, além disso, abriu inquéritos por atentado terrorista e por participação em atividades de um grupo terrorista por causa dos atentados em Paris.

As solicitações francesas têm relação, sobretudo, com um carro alugado na Bélgica encontrado nos arredores da casa de espetáculos Bataclan, um dos alvos dos terroristas. Os pedidos “estão em curso de serem executados”, explicou a Procuradoria belga.

Desta forma, a operação continua e a possibilidade de novas batidas em imóveis e prisões não está descartada.

A procuradoria abriu, além disso, uma investigação específica pela morte de pelo menos dois cidadãos belgas nos atentados, caso que foi entregue a um juiz de instrução antiterrorista em Bruxelas.

O ministro do Interior da Bélgica, Jan Jambon, confirmou em entrevista à emissora “RTL” que das três pessoas presas, uma esteve em Paris na sexta-feira à tarde, antes dos atentados. A mesma informação foi revelada pelo primeiro-ministro, Charles Michel.

“Essa é a informação que temos, mas as ações estão ainda em curso e é difícil dar muitos detalhes”, destacou Jambon.

O ministro explicou que o governo belga decidiu criar grupos de trabalho locais para prevenir e detectar radicais que podem realizar atentados. E ressaltou que essa abordagem deu resultado em quase todo país, exceto por Molenbeek.

Michel vai convocar mais uma vez o Conselho de Segurança da Bélgica para determinar o que não funcionou no bairro de Bruxelas.

“Devemos saber por que funciona em outros grupos de trabalho locais e ainda não em Molenbeek. Com o apoio em nível federal, quero que isso seja resolvido porque o que ocorreu hoje é inaceitável”, destacou o ministro do Interior belga.

Jambon pediu aos demais países para colaborar porque “os terroristas não conhecem fronteiras”.