Procuradoria francesa arquiva investigação de envenenamento de Arafat
Paris, 21 jul (EFE).- A procuradoria de Nanterre, nos arredores de Paris, pediu o arquivamento do processo que investigava o possível envenenamento do líder palestino Yasser Arafat, morto em Paris em 2004, informou nesta terça-feira a imprensa local.
Três magistrados franceses abriram uma investigação em agosto de 2012 após a denúncia contra “X” (sem identificar o acusado), apresentada pela viúva do histórico presidente da Autoridade Nacional da Palestina (ANP), Suha Arafat.
A denúncia foi baseada na descoberta, em novembro de 2012, de polônio 210, um elemento radioativo e tóxico, nos móveis e utensílios do líder palestino quando seu túmulo foi aberto.
Amostras foram extraídas e entregues a três equipes de investigadores, suíços, franceses e russos.
Os especialistas que analisaram as amostras a pedido dos magistrados franceses rejeitaram duas vezes a tese do envenenamento, a última delas em março, quando descartaram “a hipótese de uma ingestão de polônio 210 nos dias anteriores ao surgimento de sintomas em Yasser Arafat”.
Em 2013, uma equipe de especialistas franceses já tinha descartado que o presidente da ANP tivesse morrido envenenado, que atribuíram provavelmente por causa de uma infecção generalizada.
Mas um grupo de cientistas suíços apontou a tese do envenenamento como a “mais coerente” para explicar a morte em novembro de 2004, aos 75 anos, do líder palestino em um hospital militar de Paris.
Essas análises suíças, encomendadas pela emissora “Al Jazeera” para uma investigação jornalística, encontraram altos níveis do agente radioativo polônio 210 nas costelas e na pélvis de Arafat, assim como no solo em que foi enterrado.
A primeira investigação francesa não descartava a presença de polônio, mas a explicava por “causas ambientais naturais”, o que levou a viúva do histórico líder palestino a pedir que os grupos de especialistas comparassem seus resultados.
A segunda perícia francesa também sustentou que os restos de polônio 210 e de chumbo 2010 encontrados durante a exumação do corpo eram “de origem ambiental”.
Arafat começou a sofrer sintomas de um transtorno gastrointestinal em 12 de outubro de 2004 e, após uma série de complicações, foi levado de Ramala ao hospital militar de Paris, onde morreu em 11 de novembro do mesmo ano.
Desde então Suha acredita que o antigo líder da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) e prêmio Nobel da Paz foi envenenado por alguém de seu círculo mais próximo. EFE
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