Procuradoria investiga médico por suposto erro em cirurgia de bebê com câncer

  • Por Agencia EFE
  • 01/07/2015 21h27
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Cidade do México, 1 jul (EFE).- A Procuradoria Geral da República do México (PGR) investiga um caso de negligência médica, depois que um bebê de 14 meses ficou cego após os médicos retirarem o olho errado durante uma cirurgia para extirpar um tumor.

Fernando Valdés, pai da criança, explicou à emissora “Imagen Radio” que os médicos detectaram um tumor no olho esquerdo de seu filho quando ele tinha oito meses. Ele foi submetido então à quimioterapia no Instituto Mexicano do Seguro Social (IMSS) no estado de Sonora.

Por não ter havido avanços com o tratamento, o bebê foi submetido em 26 de junho a uma intervenção cirúrgica, na qual o médico retirou seu olho direito, onde teria detectado um “tumor mais perigoso” do que o que tinha no esquerdo.

Valdés detalhou que o médico chamou sua esposa três vezes à sala de cirurgia para dar versões diferentes sobre a situação de seu filho.

Na terceira vez em que ela foi chamada o médico avisou que tinha retirado o olho direito, o que provocou os questionamentos da mãe da criança, uma vez que os exames indicavam a presença de um tumor no esquerdo e não no direito.

“Como vão achar um tumor assim, do nada? A criança tinha tomografias e ressonâncias magnéticas revisadas. O oncologista não tinha detectado nenhum tumor (no olho direito)”, afirmou Valdés.

Inconformados com o ocorrido, os pais do bebê apresentaram uma denúncia contra o oftalmologista que o operou.

O IMSS disse em comunicado que abriu “imediatamente” uma investigação, que indicou, “de maneira preliminar”, que “a criança tinha câncer congênito avançado que afetava ambos os olhos”.

“O médico tomou uma decisão sobre o que considerou que era mais conveniente para a criança. No entanto, as investigações que indicarão as responsabilidades correspondentes”, acrescentou.

A instituição declarou que por enquanto o médico não exercerá atividades médicas até a conclusão das investigações e que colaborará com a promotoria “para que se esclareçam os fatos”, sejam determinadas as responsabilidades e, se for o caso, o prejuízo seja reparado “de maneira expedita”.

A Comissão Nacional de Direitos Humanos (CNDH) anunciou em comunicado a abertura de uma investigação do caso e enviou uma equipe a Sonora “para entrar em contato com os pais” e o ombudsman estadual, que iniciou uma investigação de queixa.

A instituição assinalou, além disso, que já pediu relatórios às autoridades do Instituto Mexicano de Seguro Social e solicitará o acesso à investigação prévia iniciada pela Procuradoria Geral. EFE

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