Procuradoria mexicana diz que 43 estudantes desaparecidos foram assassinados

  • Por Agencia EFE
  • 07/11/2014 21h18
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Cidade do México, 7 nov (EFE).- A Procuradoria Geral mexicana disse nesta sexta-feira que os 43 estudantes desaparecidos desde 26 de setembro no estado de Guerrero foram assassinados por membros do grupo criminoso Guerreros Unidos, com base nos depoimentos de três novos detidos que se declararam autores confessos do crime.

O procurador-geral, Jesús Murillo Karam, fez o anúncio em entrevista coletiva na qual confirmou a detenção de Patrício Reyes “El Pato”, Jhonatan Osorio “El Jona” e Agustín García “El Chereje”, que disseram ter matado os jovens e queimado seus corpos.

“Não tenho nenhuma dúvida de que houve um homicídio em massa. O que tenho que fazer diante dessa certeza? Identificá-los”, afirmou o titular da Procuradoria Geral da República (PGR) ao apresentar uma reconstituição dos fatos, que incluiu um vídeo com imagens do local onde os restos mortais foram enterrados.

Murillo esclareceu que, nesse espaço, um lixão do município de Cocula, vizinho ao de Iguala, os estudantes “foram queimados com as roupas e enterrados”, após terem sido detidos por policiais corruptos, entregues ao crime organizado e assassinados.

Ele detalhou que, antes de serem incinerados, “alguns estavam mortos ou inconscientes”.

Apesar de ter dado esses detalhes, o procurador-geral esclareceu que a investigação segue aberta e continuará considerando os jovens como “desaparecidos”, até que os restos mortais que foram encontrados sejam identificados por um laboratório especializado da Áustria.

Os detidos, especificou Murillo, confessaram ter levado os estudantes ao fundo do lixão e depois lhes ateado fogo. Eles vigiaram a fogueira durante mais de 14 horas e, quando ela se apagou, colocaram os restos mortais em oito sacolas de lixo e os jogaram em um rio próximo. Quase todas as bolsas rasgaram, mas uma delas foi encontrada ainda fechada, e seu conteúdo será analisado.

“Há muitos indícios que podem nos indicar que são (dos estudantes)”, disse o procurador.

Os estudos “de DNA mitocondriais” serão realizados na Universidade de Innsbruck (Áustria), e são “complicados por causa da extrema calcinação dos restos”, por isso não há data definida para a entrega dos resultados, disse Murillo.

Até o momento, foram detidas 74 pessoas por este caso, e estão para serem cumpridas dez ordens de prisão. EFE

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