Procuradoria militar de Israel investiga morte de 50 palestinos em ofensiva
Jerusalém, 7 dez (EFE).- A Procuradoria Militar de Israel decidiu abrir seis investigações de soldados e oficiais do exército pela morte de 50 palestinos durante a última ofensiva em Gaza, suspeitos de terem violado o código de conduta militar.
Os casos, que já estavam sob investigação preliminar, incluem a morte de quatro menores que em 16 de julho brincavam em uma praia de Gaza quando dois projéteis atingiram as imediações.
Também ampliará a investigação sobre o ataque a um colégio em Beit Hanoun da agência da ONU que cuida dos refugiados palestinos (UNRWA), que matou 15 palestinos em 24 de julho, e sobre a morte de dois motoristas de ambulâncias um dia depois em dois fatos isolados.
Cerca de 2.200 palestinos morreram na última ofensiva israelense contra a Faixa de Gaza, a maioria civis, segundo os palestinos e organismos internacionais.
A Procuradoria Militar israelense recebeu mais de cem denúncias de ONGs de direitos humanos e organismos internacionais sobre supostos crimes de guerra, que estão sendo investigados desde o final da ofensiva, em 24 de agosto.
De acordo com o direito internacional, antes de empreender ações jurídicas, o estado denunciado tem a possibilidade de investigar e julgar os responsáveis por qualquer delito no campo de batalha.
A procuradoria também investiga é o de uma mulher palestina que obteve permissão para abandonar uma zona de guerra no sul da faixa e, apesar disso, foi atingida depois pelos disparos dos soldados.
Outro dos processos abertos é sobre as mortes de 27 membros de uma mesma família em um bombardeio em 20 de julho para matar a um miliciano islamita.
Em todos eles, informam a imprensa local, foram encontrados indícios de que os soldados e oficiais teriam desrespeitado as normas estabelecidas de abertura de fogo e o código de conduta militar.
Uma das principais acusações contra Israel em aquela guerra é a falta de proporcionalidade no uso da força militar para conter os milhares de foguetes lançados pelas milícias palestinas, liderados pelo movimento islamita Hamas.
O Conselho de Direitos Humanos da ONU abriu também uma investigação, mas a comissão designada não conta com o apoio de Israel, que considera seu trabalho uma “farsa”.
O país denúncia que seu presidente, o canadense William Schabas, expressou publicamente nos últimos anos fortes posturas anti-israelenses e até sua vontade de levar o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, a um tribunal internacional, o que o desabilitaria como investigador imparcial.
A Procuradoria Militar israelense também notificou o fechamento de vários processos que estavam sob investigação penal, entre eles o da morte de sete palestinos em um ataque para matar um comandante da Jihad Islâmica.
Segundo o relatório, a presença das vítimas civis não pôde ser diferenciada durante o acompanhamento visual da operação antes do ataque e o projétil empregado era de pequenas dimensões e respondia às necessidades operacionais.
A investigação do ataque contra uma estação de ambulâncias do Crescente Vermelho no campo de Jabalya foi encerrada após comprovar que foram lançaram foguetes de suas imediações. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.