Procuradoria reitera que estudantes desaparecidos foram queimados em aterro

  • Por Agencia EFE
  • 07/09/2015 15h38
  • BlueSky

Cidade do México, 7 set (EFE).- A Procuradoria-Geral da República (PGR) do México reiterou nesta segunda-feira que os 43 estudantes que desapareceram há quase um ano em Iguala, no sul do país, foram queimados no aterro sanitário do município de Cocula.

“Temos certeza de que um número grande de estudantes foi queimado no aterro de Cocula”, declarou à “Imagem Radio” o chefe de Investigação Criminal da PGR, Tomás Zerón, ao responder ao relatório apresentado pelos analistas da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), que estudam o caso há seis meses.

Zerón disse que não pode afirmar que todos os estudantes tiveram o mesmo destino, mas que as perícias realizadas até então “são contundentes” para provar que parte deles foi queimada no local.

No entanto, o especialista peruano em incêndios, José Torero, contratado pelo grupo de analistas da CIDH, concluiu que não há evidência para determinar que os jovens, nem mesmo um único deles, foi queimado no aterro sanitário.

A perícia contradiz a versão oficial divulgada em janeiro pelo então promotor, Jesus Murillo, segundo a qual os jovens foram assassinados por membros do cartel Guerreros Unidos e incinerados em uma enorme fogueira.

Ao insistir na hipótese, Zerón indicou que “uma das provas que chegou do Instituto de Medicina Legal da Universidade de Innsbruck (Áustria) confirma a presença dos restos mortais de um dos estudantes no local”.

O responsável pela investigação fez referência à identificação de Alexander Mora, um dos 43 alunos da Normal Rural de Ayotzinapa que desapareceram no dia 26 de setembro de 2014, após uma onda de ataques armados, a partir de restos mortais achados na beira do Rio San Juan, no limite do aterro sanitário.

Porém, a equipe de legistas argentinos que participa da investigação explicou há meses que, quando chegou à beira do Rio San Juan, a bolsa de onde foi extraída a amostra que permitiu a identificação de Mora já estava aberta.

“Não existem elementos científicos suficientes para vincular os restos achados no aterro com os recuperados no rio”, disseram na época os pesquisadores argentinos. EFE

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.