Procuradoria venezuelana solicita captura de opositores por “plano magnicida”
Caracas, 11 jun (EFE).- O Ministério Público da Venezuela anunciou nesta quarta-feira que solicitou a apreensão do ex-embaixador Diego Arria e dos opositores Pedro Burelli e Ricardo Koesling por participação em um suposto plano magnicida, depois que um deles não compareceu em uma citação e perante a presunção de que outros também não comparecerão.
A procuradora-geral venezuelana, Luisa Ortega, declarou ao canal estatal “VTV” que “solicitou que sejam ordenadas as apreensão destes cidadãos, o que foi estipulado pelo Tribunal”.
Ortega indicou que decidiu ordenar a apreensão depois que “a primeira pessoa que foi citada (Pedro Burelli) não compareceu perante o Ministério Público”.
“Seja como for, temos a certeza e a segurança de que os outros dois também não irão comparecer, sendo assim, ordenamos a apreensão destes cidadãos”, disse.
Ortega assinalou que como estes cidadãos não se encontram em território venezuelano, será solicitado, além disso, sua captura à Interpol.
Além disso, foi citada “em qualidade de testemunha” a dirigente estudantil e ativista do partido Vontade Popular, Gabriela Arellano, que deverá comparecer na próxima terça-feira para prestar declarações na sede do Serviço de Inteligência Bolivariano (Sebin).
Os anúncios de Ortega ocorrem depois que há duas semanas o dirigente do Partido Socialista (PSUV), Jorge Rodríguez, denunciou “um complexo plano dirigido a acabar com a paz” que, segundo disse, incluía um “magnicídio” e um “golpe militar” contra o presidente Nicolás Maduro, e que já foi abortado.
Para apoiar essa denúncia, Rodríguez mostrou vários e-mails atribuídos à opositora María Corina Machado nos quais era possível ler supostas mensagens de diferentes atores da oposição venezuelana, entre eles, Arria, nos quais assinala que tinha chegado a hora de acumular esforços e obter “financiamento para aniquilar Maduro”.
Além disso, havia mensagens do empresário e ex-diretor da companhia petrolífera estatal PDVSA a Arria, e de Koesling, algo que para o governo constituem provas desse plano.
Em uma entrevista ao jornal “El Universal”, Burelli, que devia ter comparecido na segunda-feira perante a procuradoria, rejeitou nos Estados Unidos, onde vive, a citação para depor e disse que os e-mails foram “forjados”.
“Todos os e-mails que foram mostrados são de contas cujo fornecedor é o Google. Estamos seguindo o procedimento estabelecido, com meu advogado, a fim de conseguir dados técnicos e depois a certidão que demonstrará como tudo isto foi montado sobre a base dos e-mails forjados”, declarou Burelli ao jornal venezuelano.
Arria, ex-embaixador e ex-pré-candidato opositor nas internas de fevereiro de 2012, disse após a denúncia através da rede social Twitter que lhe roubaram um telefone celular e através do mesmo tiveram acesso às suas contas de e-mail e redes sociais e “fabricaram” mensagens que não são de sua autoria.
Tanto Arria como Burelli denunciaram que os e-mails são falsos, da mesma forma que Machado, que respondeu assegurando que essas mensagens não são suas e que ela não deseja um magnicídio e nem um golpe de Estado, mas que Maduro deixe a presidência.
Machado foi citada para prestar depoimento no dia 16 em qualidade de testemunha sobre este suposto plano magnicida. EFE
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