Produção da indústria brasileira cai pelo terceiro mês seguido
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Rio de Janeiro, 2 jul (EFE).- A produção da indústria brasileira retrocedeu 0,6% em maio com relação abril, com o que completou três meses seguidos de retração, informou nesta quarta-feira o governo.
Em abril o setor já tinha retrocedido 0,5% em relação a março.
A redução da produção das fábricas foi ainda maior na comparação com maio de 2013, de 3,2% e também o terceiro resultado negativo consecutivo, segundo os dados divulgados pelo estatal Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com os resultados negativos dos últimos meses, a produção industrial acumulou uma retração de 1,6 % nos primeiros cinco meses de 2014 na comparação com o mesmo período do ano passado.
Da mesma forma, o crescimento da atividade nas fábricas se limitou a 0,2% nos últimos 12 meses até maio na comparação com o do período entre junho de 2012 e maio de 2013.
Na queda da produção em maio teve forte influência o setor de veículos, já que a fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias baixou 20,1% em maio na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Dos 24 setores analisados, 15 tiveram uma produção menor em maio em relação a abril.
Os setores que mais reduziram sua produção nessa comparação foram os de coque, derivados do petróleo e biocombustíveis, com uma diminuição de 3,8%, veículos automotores (-3,9%), metalurgias (-4,0%) e equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (-5,0%).
Por sua vez, entre os oito setores em que a produção aumentou entre abril e maio destacaram as indústrias extrativas (+1,4%), os produtos alimentícios (+1,0%) e fumo (+18,5%).
A queda da produção industrial obrigou ao governo a anunciar esta semana que prorrogará até dezembro deste ano os incentivos fiscais com os quais vinha estimulando as vendas de automóveis e de móveis e que venciam em junho.
O benefício, criado para incentivar o setor, foi implantado em maio de 2012 por um período inicial de três meses, mas sua vigência foi prorrogada em várias ocasiões para estimular as vendas.
Em meados de junho, o governo também anunciou um conjunto de medidas para estimular a competitividade da indústria, como a prorrogação do sistema preferencial que reduz o crédito para os investimentos e do programa que devolve parte dos impostos aos exportadores de manufaturados.
Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a queda da produção industrial já provocou uma excessiva acumulação dos estoques nas fábricas e uma redução do nível de emprego no setor.
O índice de evolução da produção industrial, medido pela CNI a partir de uma pesquisa que inclui 2.077 empresas em todo o país, ficou em 48,4 pontos em maio sobre uma escala de 100, com o que se manteve pelo sétimo mês consecutivo abaixo dos 50 pontos. EFE
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