Produção de veículos no Brasil despenca em junho
A produção brasileira de veículos em junho caiu quase 15% sobre o mesmo mês do ano passado, com montadoras reduzindo atividade diante da forte retração do mercado interno e apesar de uma aceleração nas exportações.
A produção de junho somou 184 mil carros, comerciais leves, caminhões e ônibus novos, com quedas em todas as linhas, informou nesta segunda-feira a associação de montadoras, a Anfavea.
O setor, responsável por boa parte do PIB industrial do país, encerrou o semestre com queda de 18,5% na produção, para 1,277 milhão de unidades. A queda no semestre esta acima do ritmo previsto para o ano pela Anfavea, de 17,8%, para 2,58 milhões de veículos.
Somente em caminhões, a produção caiu 35,5% em junho sobre junho de 2014, acumulando no semestre tombo de 45,2%. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, afirmou que a produção de caminhões em junho só não foi menor que a produção de junho de 1999.
“A confiança dos consumidores está bastante abalada”, disse Moan a jornalistas.
O setor encerrou junho com estoques de 338,8 mil veículos ante 361 mil em maio. “Até pelo menos o final de agosto, a política de ajuste de produção das montadoras estará presente”, disse Moan.
O executivo declarou que até junho, 36 mil trabalhadores do setor estavam em licença remunerada, equivalente a cerca de 27% da força de trabalho do setor. Ele defendeu a adoção pelo governo federal de medidas que ajudem na manutenção dos empregos da indústria.
As vendas de veículos novos no mercado interno em junho caíram 19,4% sobre o mesmo mês de 2014, para 212,5 mil unidades, acumulando queda de 20,7% no semestre, a 1,32 milhões de unidades.
Já as vendas externas de veículos e máquinas agrícolas em valores encerraram junho em alta de 20,1% sobre o mesmo mês do ano passado, a 1 bilhão de dólares, mas caíram 19,7% sobre maio e fecharam a primeira metade do ano em baixa de 7,4%.
Em unidades, as exportações de autoveículos montados do mês passado dispararam 96,8% sobre junho do ano passado, a 48,1 mil unidades, com países como México, Peru e Chile avançando dois dígitos, disse Moan. Em máquinas agrícolas, as vendas externas em unidades caíram 9%, a 1,1 mil unidades.
Moan explicou que as diferenças entre o comportamento das exportações em valores e em unidades está no mix de produtos vendidos ao exterior, de menor valor.
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