Produtores do arroz mantêm protesto contra governo da Tailândia
Bangcoc, 4 fev (EFE).- Os produtores do arroz continuam nesta terça-feira com os protestos contra o governo da Tailândia através do bloqueio, pelo terceiro dia consecutivo, da rodovia que liga a região central com o sul do país, informou a imprensa local.
Os agricultores exigem o pagamento de 130 bilhões de bats (cerca de US$ 3,9 bilhões) devidos pelas autoridades pelo pagamento da última colheita dentro do programa de subsídios.
Com seus caminhões, os manifestantes atrasaram o tempo de viagem entre o centro e o sul do país em até cinco horas, dificultando o abastecimento de produtos procedentes das províncias meridionais.
“As transportadoras puderam utilizar vias alternativas, com atrasos de entre quatro e cinco horas”, afirmou Yoo Chienyuenyongpong, presidente da Federação de Transportadoras da Tailândia, segundo o jornal “Bangcoc Post”.
“Esperamos que cheguem logo a um acordo com o governo para acabar com o bloqueio”, acrescentou Yoo.
Os agricultores envolvidos no protesto são, na maioria, provenientes das regiões central e oeste, que realizam várias colheitas por ano, enquanto os do norte e nordeste só colhem o arroz uma vez por ano e já receberam o dinheiro do subsídio.
A primeira-ministra tailandesa, Yingluck Shinawatra, não conseguiu reunir o dinheiro para pagar os produtores, já que seu governo é interino, pois dissolveu o Parlamento e convocou eleições antecipadas em dezembro do ano passado.
Desde que foi aprovado em 2011, o programa de subsídios do arroz se transformou em uma fonte de problemas para o governo por causa de uma dívida que chega atualmente a 700 bilhões de bats (US$ 21 bilhões).
Além da falta do pagamento dos subsídios, Yingluck também enfrenta manifestações dos agricultores por conta de uma investigação da Comissão Anticorrupção por alegações de irregularidades no programa.
O objetivo do governo era garantir um preço mínimo do arroz para ajudar aos agricultores, mas o maior custo do grão fez com que a Tailândia perdesse em 2012 sua posição como o maior exportador de arroz para Índia e Vietnã.
Alguns agricultores afetados ameaçaram se unir aos manifestantes que protestam contra o governo desde outubro do ano passado em Bangcoc e que boicotaram as eleições do último domingo. EFE
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