Professor analisa superávit e critica números especulativos de Mantega
Foram divulgadas nesta sexta-feira as contas do setor público consolidado, que incluem os números dos governos federal, estadual, municipal, além de empresas estatais.
O Brasil apresentou um superávit primário, que é a economia para pagar juros da dívida pública, de R$ 91 bilhões em 2013, que correscponde a 1,9% do PIB.
Este é o pior resultado desde 2002, quando começou a ser contabilizado o pagamento. O valor também está bem abaixo da meta cheia de R$ 155 bi, fixada em 2013.
Alexandre Chaia, professor de finanças do Insper, diz que “os números foram consistentes com o que o Governo tem feito”.
“Toda a exoneração, todas as deduções de receita, todas as decisões tomadas influenciaram nesse nível de crescimento, por incerteza, por dificultar o ambiente de negócio no País”, analisa Chaia.
Ele considera que houve “perda de receita, apesar de ter aumentado a base tributária”.
O professor critica ainda os números voláteis apresentados pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. “Ele nunca tem certeza do que fala, então ele começa a especular: ‘ah, vai ser 3%’, ‘vai ser 2%’, ‘vai ser 1%’”, diz. “O Brasil está sendo visto muito mal por causa disso”, considera.
“O mercado financeiro não acreditava nisso”, analisa Chaia, em referência às perspectivasd sustentadas no início do ano passado. “Este ano ele já teve uma chamada da presidente Dilma para parar de fazer especulações”, afirma. Por isso mesmo, “esse ano ele está mais parcimonioso e está tomando cuidado para não definir uma meta que seja real”.
Alexandra Chaia não aprova o que alcançou a economia brasileira em 2013. Crescimento, superávit e inflação ficaram abaixo do esperado. “O que vai fazer a Dilma ser reeleita é só a renda do trabalhador, que ainda está alta”, considera o professor. Para ele, todos os outros indicadores econômicos vão mal.
Sobre o superávit especificamente, Chaia vê que “ele (o superávit) não está conseguindo pagar os juros da dívida”. Se continurar assim, os prognósticos não são bons. “Simplesmente acabou o dinheiro, ele perde a capacidade de fazer investimento”, explica.
Para Chaia, a política do BC para manter os juros mais apertados e controlar a inflação está sendo usada ao máximo e logo não será mais eficaz. A capacidade do Banco Central de continuar fazendo esse esforço para controlar a inflação estaria acabando.
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