Professores mexicanos protestam para ter discurso transmitido por emissora
Cidade do México, 13 jun (EFE).- Professores mexicanos da Coordenadoria Nacional de Trabalhadores da Educação (CNTE) protestaram na manhã deste sábado durante horas em frente às instalações da emissora “Televisa” para exigir um espaço na televisão para explicar suas reivindicações.
Durante pelo menos três horas os manifestantes permaneceram nos arredores do prédio do canal na avenida Chapultepec da Cidade do México, exigindo um espaço para expor à opinião pública seu posicionamento contra a Reforma Educativa.
Depois disso, andaram até o Monumento da Revolução, onde mantêm se concentram há semanas, apesar de terem anunciado que voltarão às salas de aula nos próximos dias, condição indispensável do governo mexicano para negociar.
Os professores planejam realizar no domingo passeatas simultâneas no Distrito Federal e em Oaxaca, de onde vêm a maioria dos professores que protestam por temas como a avaliação de docentes.
Os membros da CNTE do México aceitaram ontem retornar às salas de aula na próxima quarta-feira para concluir o atual ano letivo, mas continuarão as mobilizações para boicotar a avaliação.
De acordo com o porta-voz da CNTE em Oaxaca, Benito Vázquez, o retorno às aulas corresponde a um “compromisso com os pais para terminar o ano letivo” e não a uma demonstração de boa vontade para reiniciar o diálogo com o governo em meio às reivindicações.
O subsecretário mexicano de Governo, Luis Enrique Miranda, condicionou na quarta-feira passada o retorno à mesa de diálogo à presença de “todo o contingente (de professores) em suas escolas, trabalhando”.
O sindicato iniciou uma greve de encerramento indefinido no dia 1º de junho que afeta mais de seis milhões de alunos nos estados com maior presença: Oaxaca, Chiapas, Guerrero e Michoacán.
Além disso, impulsionou um boicote às eleições intermédias do dia 7 de junho, que incluiu a tomada de instalações eleitorais, ataques a edifícios públicos e sedes de partidos, assim como a queima de bilhetes de entrada de votação e urnas.
Vázquez afirmou que 70% dos professores que chegaram à capital mexicana na quarta-feira para pressionar o governo voltarão às salas de aula. Os 30% restantes continuarão nos protestos, disse o porta-voz.
A CNTE repudia a reforma educativa promulgada em 2013 pelo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, que, entre outros pontos, criou um sistema de avaliação obrigatório para todos os professores.
O exame docente foi suspenso no fim de maio, mas reativado na segunda-feira passada pelo governo, que atribuiu o cancelamento a fatores “técnicos” – como falta de computadores – e políticos pelo pleito do domingo, quando foram eleitos 2.016 cargos sob a ameaça de boicote eleitoral em vários estados. EFE
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