Professores paulistas voltam a fazer manifestação em frente à secretaria

  • Por Agência Brasil
  • 30/04/2015 20h40
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SÃO PAULO,SP,30.04.2015:PROFESSORES-GREVE-ASSEMBLEIA - Professores da rede estadual de ensino, em greve, realizam assembleia em frente ao MASP, localizado na Avenida Paulista, em São Paulo (SP), nesta quinta-feira (30). (Foto: Felipe Varga/Futura Press/Folhapress) Folhapress Professores em greve fazem assembleia no Masp

Os professores da rede pública de São Paulo, em greve desde 13 de março, fizeram no começo da noite de hoje (30) uma manifestação em frente à sede da Secretaria Estadual da Educação, na Praça da República. Eles chegaram ao local depois de uma caminhada que começou na Avenida Paulista, onde ocorreu uma assembleia no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), que decidiu pela manutenção do movimento.

O destino da caminhada chegou a causar divergências entre os professores. Parte deles queria ir para a Praça da República e outra para a Marginal Pinheiros. A assembleia acabou decidindo pela praça, onde fica a sede da secretaria. Os que não concordaram com a decisão impediram a saída dos três carros de som do sindicato e continuaram no local para uma nova reunião. 

A presidente da o Sindicato dos Professores no Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel, no entanto, negou a divisão. “Não teve divisão. A maioria está aqui. Divisão é quando 50% está lá e o resto está aqui. A assembleia é aquela que foi eleita e onde estava todo mundo. Assembleia de grupo não existe”, disse.

Os professores concentrados na Praça da República carregavam pacotes de sal, segundo eles, para demonstrar insatisfação com os salários. Alguns manifestantes arremessaram os pacotes na direção dos policiais que protegiam a sede da secretaria. A ação foi prontamente condenada por Bebel. “Não é para atirar”, gritou a presidente da Apeoesp.

“O sal significa a relação com o salário. É daí que vem a origem da palavra salário. Tem a ver com alimentação e com a vida”, explicouMaria Izabel, mais tarde, ao falar com os jornalistas. A intenção inicial do sindicato era empilhar o sal na frente da secretaria.

Na semana passada, os professores foram impedidos pela Polícia Militar (PM) de se concentrar no vão-livre do Masp para fazer a assembleia. Na ocasião, a PM alegou que a proibição foi um pedido da diretoria do museu que reclamou que as manifestações no local estavam colocando em risco a estrutura do prédio. 

Hoje, a reportagem da Agência Brasil voltou a procurar a PM para saber por que o local voltou a ser liberado. Um capitão, que não quis se identificar, disse que na semana passada ocorreu um “ruído” na comunicação entre o museu e a polícia e que o museu não proibiu a presença de pessoas no vão- livre.

Segundo ele, as concentrações serão permitidas, mas uma reunião marcada para a semana que vem, que deve reunir a diretoria do museu, o comando da Polícia Militar e engenheiros, deverá estabelecer o que pode estar provocando problemas na estrutura do prédio do Masp e o que poderá ou não ser permitido no local. O oficial da PM também disse à Agência Brasilque não houve mudança no policiamento, hoje, no ato dos professores em São Paulo, após o confronto ocorrido ontem (29), em Curitiba, envolvendo professores da rede pública do Paraná e policiais militares.

Por meio de nota à imprensa, a secretaria lamentou o resultado da assembleia dos professores pela manutenção da greve. De acordo com o órgão “cinco dos seis sindicatos que representam os professores, funcionários, supervisores e diretores da educação de São Paulo não estão em greve porque entenderam o compromisso do governo de manter a mesma política de valorização que garantiu aos funcionários da rede, desde 2011, aumento real de 21% (45% de aumento nominal)”.

A secretaria diz ainda que a decisão da Apeoesp de manter a paralisação que, segundo o órgão, está “nitidamente contaminada por interesses incompatíveis com o momento econômico atual, que conflita com a harmonia que pauta o diálogo entre governo e professores e visa prejudicar o cotidiano de quatro milhões de alunos e de seus pais”.

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