Profissionais de saúde encerram greve na Libéria
Monróvia, 15 out (EFE).- Os profissionais de saúde da Libéria encerraram a greve iniciada na segunda-feira para exigir aumentos salariais devido ao alto risco ao qual se submetem ao atender pacientes infectados pelo vírus do ebola, que já causou mais de 2.200 mortes no país.
A Associação de Trabalhadores Sanitários anunciou nesta quarta-feira que seus membros decidiram concluir o protesto apelando a “motivos humanitários” e devido aos vários pedidos recebidos de diferentes partes do mundo para que o trabalho fosse retomado.
Em entrevista à rádio pública, o presidente do Conselho Médico Liberiano, John Mulbah, garantiu que os funcionários de saúde assinaram um acordo com o governo para rever suas condições.
A greve começou na madrugada de segunda-feira, após um ultimato ao Ministério da Saúde para que o órgão pagasse accréscimos salariais e readmitisse dois membros da Associação de Trabalhadores Sanitários, que foram despedidos em fevereiro após convocarem a greve.
Em resposta, o ministro da Saúde liberiano, Walter Gwenigale, prometeu salários “justos”, mas descartou qualquer possibilidade de reincorporar os dois funcionários despedidos.
A epidemia sem precedentes que assola a África Ocidental, onde já morreram mais de quatro mil pessoas desde o surto em março, afetou de maneira impactante os profissionais de saúde que têm contato com os doentes.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) aponta em no relatório mais recente que 233 médicos e profissionais de saúde morreram nos últimos meses na região: 38 na Guiné, 95 na Libéria, 5 na Nigéria e 95 em Serra Leoa.
Em setembro, os enfermeiros do hospital John F. Kennedy de Monróvia, um dos grandes centros de tratamento e isolamento para doentes de ebola no país, também iniciaram uma greve para exigir melhores salários e maior proteção contra o vírus.
Segundo denunciaram, os auxiliares de saúde estão expostos a um alto risco de contágio, já que não dispõem de equipamento necessário para se proteger do vírus, que é transmitido por contato direto com o sangue e fluidos corporais de pessoas ou animais infectados.
Apesar de a Libéria ter decretado estado de emergência e iniciado várias medidas para combater o vírus, a epidemia continua a se propagar sem controle pelo país, que acumula o maior número de mortes na África Ocidental. EFE
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