Prokopis Pavlopoulos, um presidente conservador de consenso para a Grécia

  • Por Agencia EFE
  • 18/02/2015 21h08

Atenas, 18 fev (EFE).- O político conservador Prokopis Pavlopoulos, conhecido por seu espírito de consenso após uma longa carreira política, foi eleito nesta quarta-feira o novo presidente da Grécia com um amplo apoio do parlamento.

A candidatura de Pavlopoulos foi proposta pelo Executivo de Alexis Tsipras, da coalizão esquerdista Syriza.

Nascido em 1950 em Kalamata, Pavlopoulos estudou Direito na Universidade de Atenas e doutorado em Direito Público na Universidade de Paris II.

Militante destacado do partido conservador Nova Democracia, começou sua carreira política como porta-voz do governo de união nacional de Xenophon Zolotas, entre novembro de 1989 e abril de 1990.

Foi eleito deputado pela primeira vez nas eleições de 1996 e reeleito desde então até este ano, quando não se candidatou.

Entre 2004 e 2009 foi ministro do Interior dos governos de Kostas Karamanlís, de quem foi e continua a ser homem de confiança.

Sua gestão no Ministério do Interior foi muito criticada tanto pela esquerda como pela direita mais radical.

A oposição de centro-esquerda e esquerda denunciou que, sob sua gestão, mais de cem mil pessoas ligadas ao seu partido foram contratadas como funcionários públicos, e o acusaram de clientelismo político.

Com sua designação o atual governo foi muito criticado, já que a Syriza se comprometeu a erradicar o sistema clientelista, um problema estrutural da política grega.

Sua gestão à frente do departamento de Interior foi marcada também pela deficiente condução da revolta juvenil de dezembro de 2008, que se seguiu ao assassinato do adolescente Alexis Grigoropoulos por um policial, em uma repressão considerada exagerada aos manifestantes.

Também foi um fracasso sua gestão dos devastadores incêndios florestais do verão de 2007, que arrasaram milhares de hectares de floresta e provocaram a morte de dezenas de pessoas em vários pontos do país, principalmente no Peloponeso.

Em algumas ocasiões Pavlopoulos tomou distância da política conduzida por seu partido. Ele se mostrou, por exemplo, contrário ao polêmico imposto sobre bens imóveis, introduzido pelo governo do conservador Antonis Samaras, e se opôs também à assinatura do segundo programa de resgate à Grécia.

Em sua longa trajetória política, Pavlopoulos sempre se manteve na ala mais moderada do Nova Democracia e manteve boas relações com os políticos de centro-esquerda e esquerda, o que aparentemente foi decisivo para sua designação como candidato à presidência da República e sua confirmação no cargo. EFE

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.