Promotor apela de decisão que rejeitou denúncia contra Cristina Kirchner

  • Por Agencia EFE
  • 04/03/2015 14h49

Buenos Aires, 4 mar (EFE).- Um promotor argentino pediu nesta quarta-feira a revisão da decisão do juiz Daniel Rafecas de rejeitar a denúncia contra a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, por suposto acobertamento dos terroristas que cometeram o atentado contra a associação judaica Amia, informaram à Agência Efe fontes judiciais.

Em seu requerimento, Gerardo Pollicita considera que resolução de Rafecas “descarta de forma antecipada e prematura as hipótese trazidas ao conhecimento por meio da denúncia” apresentada pelo promotor Alberto Nisman. O atentado contra a Amia, ocorrido em 1995, deixou 85 mortos.

“A decisão de proceder o fechamento imediato do inquérito, sem realizar nenhuma das medidas que tinham sido propostas no requerimento de instrução, impede que se conte com informação essencial”, diz Pollicita em sua apelação.

Pollicita apresentou o recurso de apelação no tribunal presidido pelo juiz Rafecas, que deverá avaliar o pedido. Caso o inquérito seja reaberto, o processo seria encaminhado para alguma das duas salas da Câmara Federal.

Após a morte de Nisman, Pollicita assumiu a denúncia contra a presidente e solicitou sua acusação em 13 de fevereiro. O inquérito, no entanto, foi rejeitado no dia 26 de fevereiro por Rafecas, pois o juiz considerou que não havia evidências mínimas para sustentar as acusações.

Pollicita afirma ainda que é importante retomar o caso devido a “repercussão pública do fato”.

“Diante da dúvida de por que a resolução deve ser revogada, a resposta está em que uma hipótese criminal de inusitada gravidade e transcendência institucional, como a apresentada por Nisman, demanda a realização de todos os esforços possíveis para se tentar alcançar a verdade real do sucedido”, diz Pollicita.

Nisman morreu em 18 de janeiro por um tiro na cabeça em circunstâncias ainda não esclarecidas, quatro dias após denunciar Cristina Kirchner, o chanceler argentino, Héctor Timerman, e vários de seus colaboradores, por suposto encobrimento dos suspeitos iranianos do atentado contra a Amia. EFE

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