Promotora do caso Nisman entrará de férias durante a investigação

  • Por Agencia EFE
  • 03/02/2015 19h30
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Buenos Aires, 3 fev (EFE).- A promotora que investiga a morte de Alberto Nisman, Viviana Fein, reivindicou nesta terça-feira sua “independência” e confirmou sua decisão de tirar férias durante um processo que mantém a Argentina em expectativa.

Fein ficou no centro de uma polêmica após admitir que negou, “por um erro involuntário”, a existência de um rascunho da denúncia apresentada por Nisman contra a presidente argentina, Cristina Kirchner, no qual p falecido promotor pedia sua detenção.

A promotora rejeitou as denúncias da oposição, que atribuiu a confusão a uma manobra da procuradora-geral, Alejandra Gils Carbó, muito próxima à presidente, e reivindicou sua independência.

” Tomo todas as medidas conforme a minha discricionariedade, ninguém me põe freios”, disse Fein em entrevista à imprensa local.

A promotora que investiga a morte de Nisman, achado com um tiro na cabeça em sua casa no último dia 18, após denunciar Cristina Kirchner por suposto acobertamento de terroristas iranianos, confirmou que tirará suas férias nas próximas semanas e deixará a investigação nas mãos de dois colaboradores.

“É uma licença compensatória de 15 dias”, explicou Fein, que argumentou que não tira férias desde 2014.

Em sua ausência, entre 18 de fevereiro e 5 de março, a investigação estará a cargo de outros dois promotores “independentes”, garantiu.

Apesar dos múltiplos pedidos de diferentes setores para que se agilize a investigação sobre a morte de Nisman, nestas duas semanas Fein só pôde esclarecer que morreu de um disparo na cabeça procedente de uma pistola calibre 22 encontrado sob seu corpo, no banheiro de sua casa, e que não há rastros de terceiros no local.

Incompreensivelmente, ainda não se terminou a análise do registro de chamadas de seus telefones e também não se concluiu a revisão de toda a documentação que figura em seu expediente.

O único acusado até agora é Diego Lagomarsino, o técnico em informática que trabalhava com Nisman, por ter lhe emprestado a arma que acabou com sua vida.

Nisman morreu às vésperas de comparecer ao Congresso para detalhar a denúncia apresentada contra Cristina por suposto encobrimento dos suspeitos iranianos do atentado contra a associação mutual israelita Amia, que deixou 85 mortos em 1994.

O promotor baseava sua denúncia no acordo de entendimento assinado entre Argentina e Irã em 2013 e que, segundo Fein, incluía encobrir os suspeitos em troca de impulsionar a troca comercial de grãos argentinos por petróleo iraniano. EFE

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