Promotora sueca viajará para Londres para interrogar Assange

  • Por Agencia EFE
  • 13/03/2015 08h11
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Copenhague, 13 mar (EFE).- A promotora Marianne Ny enviou nesta sexta-feira uma solicitação aos advogados de Julian Assange para interrogar em Londres o fundador do Wikileaks, que se encontra refugiado na embaixada do Equador há mais de dois anos.

Em 2010, foi emitida uma ordem de prisão preventiva contra Assange na Suécia por supostos crimes sexuais. A justiça britânica autorizou sua extradição para este país.

Ny até agora tinha se negado a viajar para Londres, mas vários dos crimes pelos quais o ativista é suspeito prescrevem em agosto de 2015, explicou o Ministério Público em um comunicado.

O Tribunal de Apelação de Svea (Suécia) decidiu em novembro do ano passado manter a ordem de prisão preventiva à revelia contra Assange devido à “seriedade” dos fatos e ao risco do jornalista evitar o processo legal.

A sentença se baseia na recomendação da promotoria, que considera imprescindível sua presença na Suécia para o interrogatório. O Tribunal de Apelação, no entanto, criticou a paralisação do processo e a falta de vias alternativas para se investigar o caso.

“O tempo acaba e considero que devo aceitar uma perda de qualidade na investigação e assumir o risco de que o interrogatório não ajude para um avanço, já que não há outras medidas disponíveis enquanto Assange não estiver na Suécia”, afirmou Ny, ressaltando que o ideal seria que o ativista estivesse no país.

Se como é previsível Assange concordar em ser interrogado em Londres e que seja realizado um teste de DNA, a promotora enviará “em pouco tempo” uma solicitação de ajuda jurídica ao Reino Unido, assim como outra ao Equador para que o interrogatório ocorra em sua embaixada.

“Revisamos de forma detalhada os pontos de vista que o Tribunal de Apelação apresentou, nos dois últimos meses tomamos diversas considerações sobre como trabalhar melhor na investigação. Tudo isso resultou na decisão que tomei”, declarou Ny.

A promotora adjunta no caso, Ingrid Isgren, e um investigador da polícia seriam os encarregados de viajar para Londres para realizar o interrogatório.

Kristinn Hrafnsson, porta-voz de Julian Assange, disse estar surpreendido pela decisão e se mostrou convencido de que o ativista ganhará o caso.

“Imagino que isto (o interrogatório) ocorre pois muito provavelmente Julian ganhará o caso na Suprema Corte da Suécia, determinando que a ordem de prisão seja retirada”, afirmou Hrafnsson.

“A corte anunciou recentemente que discutirá o caso, e é bastante óbvio que decidirá em favor de Julian”, acrescentou o porta-voz.

Hrafnsson ressaltou que o fundador ofereceu durante anos ser interrogado na embaixada equatoriana. Para o porta-voz, a promotoria sueca “não fez nada” para que o caso avançasse.

Assange é procurado por quatro supostos delitos contra duas mulheres, que ele nega, quando visitava a Suécia em agosto de 2010.

O fundador do Wikileaks foi detido em Londres, em dezembro de 2010, e começou então um longo processo judicial no Reino Unido, que culminou quando o Supremo britânico rejeitou seu último recurso.

O Equador concedeu então asilo político ao “ex-hacker” para evitar que ele fosse enviado da Suécia aos Estados Unidos, onde poderia enfrentar um julgamento militar por vazamento de informação confidencial divulgada pelo Wikileaks. EFE

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