Promotoria aponta várias causas para naufrágio da balsa sul-coreana Sewol
Seul, 6 out (EFE).- O excesso de carga, uma remodelação ilegal e a falta de perícia do timoneiro causaram o naufrágio da balsa sul-coreana Sewol, que provocou 304 mortes em abril deste ano, afirmou a promotoria ao apresentar nesta segunda-feira as conclusões de cinco meses de investigações.
A embarcação transportava no momento do naufrágio 3.606 toneladas de mercadorias e automóveis, uma quantidade três vezes maior que sua carga máxima recomendada, afirmou a promotoria.
Além disso, a reforma ilegal feita na balsa para aumentar sua capacidade afetou seriamente sua estabilidade e isso contribuiu de forma decisiva para o naufrágio, que aconteceu após uma manobra brusca em uma região com fortes correntes.
Precisamente essa manobra, realizada por um membro da tripulação sem os conhecimentos suficientes para conduzir a embarcação, o que desestabilizou o barco de forma irreversível, segundo as conclusões das investigações.
A promotoria também responsabilizou à Guarda Costeira ao afirmar que não agiu com rapidez suficiente para lidar com a emergência, o que impediu que mais vidas pudessem ser salvas em uma das maiores tragédias humanas da história da Coreia do Sul.
O primeiro barco não chegou com a rapidez necessária ao local do naufrágio, enquanto os agentes da Guarda Costeira de Jindo, no sudoeste do país, não seguiram os procedimentos adequados após receber a primeira chamada de socorro, segundo as autoridades.
A promotoria acusou inclusive um dos capitães da Guarda Costeira de ter eliminado e falsificado documentos de 16 de abril, o dia da tragédia, para esconder as negligências cometidas.
O capitão e três membros da tripulação da balsa Sewol são acusados de homicídio por negligência grave e podem ser condenados à morte, uma pena que raramente é aplicada no país, enquanto outros 11 tripulantes são réus por conduta negligente com resultado de morte e podem ser sentenciados à prisão perpétua.
Dos 304 mortos na tragédia, a maioria eram estudantes de Ensino Médio e ainda existem dez corpos desaparecidos. EFE
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