Propagação de doenças é exemplo de como mudança climática ameaça o planeta
Redação Central, 1 nov (EFE).- Doenças infecciosas como malária, chicungunha e até mesmo ebola, com sua rápida propagação nos últimos anos, são exemplos de como a mudança climática está ameaçando a humanidade.
“A mudança climática afeta as temperaturas e as condições meteorológicas das regiões, por isso, na África, por exemplo, os mosquitos podem se propagare de uma região a outra com mais facilidade do que antes, assim como ocorre na América Latina”, disse neste sábado, o diretor-executivo do Conselho de Administração do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), Achim Steiner.
O representante do órgão, concedeu entrevista à Agência Efe por telefone. Ele participará a partir de amanhã da apresentação do quinto relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), em Copenhague, na Dinamarca.
“Em muitas partes do mundo se verá, sem dúvidas, o retorno ou a chegada de doenças que não tinham sido reportadas antes, devido as altas temperaturas que estão sendo registradas”, alertou Steiner.
Na opinião do especialista, isto “acrescentará um estresse adicional à infraestrutura sanitária, o sistema de saúde e, em última instância, à saúde e o bem-estar de cada uma das regiões do planeta”.
Por isso, a comunidade científica ambiental está estreitando laços com organismos de porte global.
“Minha colega Margaret Chan – diretora da Organização Mundial da Saúde (OMS) – organizou há alguns meses uma reunião em Genebra para discutir a mudança climática”, revelou.
“Sua conclusão foi que o tratado climático, a ser assinado em Paris, também será um acordo pela saúde global, porque claramente há uma conexão muito direta entre as mudanças ambientais que surgem do aquecimento global e as grandes ameaças à saúde”.
Outro efeito na saúde da mudança climática, de acordo com Steiner, é a poluição.
“A emissão de dióxido de carbono e outros poluentes provoca, atualmente, que aproximadamente sete milhões de pessoas morram prematuramente a cada ano no mundo. Esse número é maior que o número de mortes prematuras por aids e malária”, disse o representante da PNUMA.
“Necessitamos, primeiramente, entender cientificamente como esta relação (entre mudança climática e as doenças) ocorre, para depois avaliar seu impacto e, por último, executar as políticas necessárias para criar uma resposta”, explicou.
Steiner citou o Brasil como um dos exemplos na luta pela redução da emissão de gases do efeito estudo.
“O Brasil contribuiu enormemente, ao reduzir o desmatamento, o que talvez seja um dos passos mais importantes”, disse.
“Em geral, em 2014 todos os países já estão interessados em atuar ante a ameaça da mudança climática, fazendo o que podem, conscientes dos recursos que têm à disposição e contando que haja um um acordo climático internacional e fundos procedentes de energia verde, que os ajudem a se adequar mais rápido”, acrescentou.
Em dezembro, acontecerá em Lima, no Peru, a Cúpula da Mudança Climática das Nações Unidas, onde está previsto acordo em uma minuta que sirva de referência para a Conferência Mundial sobre a Mudança Climática, no ano que vem em Paris. EFE
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