Protesto contra baile da extrema-direita reúne 9 mil pessoas na Áustria
Viena, 30 jan (EFE).- Um protesto contra a realização de um baile do ultranacionalista Partido Liberal da Áustria (FPÖ) reuniu nesta sexta-feira entre 2 mil e 9 mil pessoas nas ruas de Viena, segundo estimativas da polícia e da organização, respectivamente.
Os manifestantes, convocados pelo movimento Ofensiva Antidireitista (OGR), marcharam pelo centro da capital de forma pacífica, ao contrário do ano passado, quando foram registrados distúrbios em um protesto similar contra o mesmo evento. Mais de 20 pessoas ficaram feridas e várias foram presas.
Mais de 2,5 mil agentes estão nas ruas para evitar novos incidentes. Inclusive, a estação de metrô próxima à Catedral de San Esteban, ponto de chegada dos manifestantes, foi fechada pelas autoridades.
O Baile dos Acadêmicos, realizado nos salões de Hofburg, o antigo Palácio Imperial, é organizado pelo FPÖ, a terceira força política do país, e que defende propostas anti-imigração e faz críticas à União Europeia.
São cerca de 2 mil convidados, a maior parte militantes do FPÖ. Mas estarão também entre os presentes membros de grupos ultranacionalistas próximos a movimentos neonazistas de toda a Europa.
Uma porta-voz da OGR afirmou que o protesto de hoje não é só contra o baile da FGÖ, mas também de oposição à manifestação convocada para segunda-feira, em Viena, pelo movimento islamofóbico Pegida.
Outro protesto convocado para a tarde de hoje foi proibido pela polícia austríaca, ao considerar que a associação que tentava organizar o ato tem ligações com grupos criminosos e fez uma incitação à violência.
Antes do início do protesto da OGR, sete pessoas foram presas, seis delas em um ônibus procedente da República Tcheca. A polícia teria encontrado “armamento pesado” no veículo, conforme a agência “APA”.
De acordo com a “APA”, os manifestantes organizaram bloqueios em alguns pontos para impedir a passagem dos convidados do baile.
O “Akademiker Ball” é uma continuação, com um nome diferente, de um baile organizado desde a década de 1950 por várias confrarias de estudantes de extrema-direita.
Vários dirigentes de extrema-direita europeus, entre eles a líder da Frente Nacional da França, Marine Le Pen, compareceram ao evento em 2012, que naquele ano celebrou o aniversário da libertação do campo de extermínio nazista de Auschwitz, algo criticado por políticos de esquerda como uma provocação às vítimas. EFE
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