Protesto de motoristas de ônibus paralisa transporte em São Paulo
São Paulo, 5 nov (EFE).- Um protesto de motoristas de ônibus contra os ataques de vandalismo deixou cerca de um milhão de passageiros em São Paulo temporariamente sem transporte nesta quarta-feira.
Os motoristas paralisaram as atividades por duas horas, entre 10h e 12h (horário de Brasília), e fecharam 29 terminais municipais da cidade, o que provocou um grande engarrafamento.
Segundo a São Paulo Transporte (SPTtrans), a manifestação paralisou terminais que são usadas diariamente por um milhão de passageiros.
Os líderes da manifestação, concentrados no terminal Parque Dom Pedro II, denunciaram ataques de vandalismo contra ônibus por parte de diferentes grupos e pediram aos passageiros que denunciem as pessoas que atearam fogo nos veículos.
Pelo menos 119 ônibus foram incendiados e outros 795 afetados nos dez primeiros meses deste ano em São Paulo por grupos de pessoas com diferentes reivindicações, principalmente em protestos contra a violência policial ou contra a interrupção de serviços públicos.
O número de ataques com fogo em 2014 é quase o dobro dos 65 registrados ao longo do ano passado.
Os manifestantes, representados pelo Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano (Sindmotoristas), exigiram a criação de uma comissão com representantes de órgãos públicos em que se possa discutir soluções para o problema.
Eles também pediram que a polícia ofereça uma linha telefônica gratuita e específica para a qual as pessoas possam ligar para denunciar atentados contra o transporte público.
“Estamos correndo o risco de ser incendiados dentro de um ônibus. Nosso protesto busca conscientizar os passageiros sobre o problema. A população tem que denunciar e se posicionar contra esse vandalismo”, afirmou o presidente do Sindmotoristas, Valdevan Noventa.
O motorista de ônibus John Carlos Soares Brandão sofreu queimaduras em diferentes partes do corpo durante um ataque ocorrido em 18 de outubro, quando dirigia um ônibus em uma linha da Viação Santa Brígida, no Parque São Domingos, na Zona Norte, e morreu quatro dias depois. EFE
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