Protesto de sem-teto em SP tem empurra-empurra em operadora de telefonia

  • Por Agência Brasil
  • 16/07/2014 13h59

A chegada de integrantes do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) à empresa de telefonia Claro, na Rua Flórida, foi marcada por uma confusão. De acordo com os integrantes do movimento, eles foram provocados, por volta das 11h40, por seguranças da empresa e reagiram, provocando um empurra-empurra na portaria. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas conseguiu entrar no pátio da empresa. Segundo o MTST, um dos vigilantes apontou uma arma. A Claro ainda não se pronunciou sobre o ocorrido. O grupo faz hoje (16) manifestações simultâneas em quatro operadoras de telefonia para reivindicar a melhoria do serviço, especialmente em bairros periféricos de São Paulo.

 

“O segurança começou a ameaçar e ofender as pessoas e houve uma exaltação de ânimos. Estávamos aqui fora, o objetivo não era entrar ou causar qualquer tipo de confusão, assim como fomos recebidos na Oi”, explicou Guilherme Boulos, um dos coordenadores do MTST. Ismael Monteiro, 41 anos, estava na porta, quando começou o tumulto. “Eles chamaram a gente de vagabundo, de bando de marginais, e não somos nada disso. Somos trabalhadores e estamos aqui para lutar pelos nossos direitos”, relatou o manifestante, que informou ser cliente da operadora.

Após a intervenção da Polícia Militar (PM), o grupo deixou o estacionamento. “Vamos apresentar a nossa pauta de reivindicações como estamos fazendo em todos os outros casos”, informou o coordenador. Sobre o encontro na Oi, Boulos disse que foram indicados 56 bairros da cidade onde o sinal da operadora não funciona. “Falta investimento em infraestrutura para isso e eles se comprometeram a dar um retorno”, declarou. Há pouco um grupo de integrantes do MTST foi recebido por representantes da Claro.

Ele reforçou que essas reivindicações às operadoras são pontuais, pois o principal ponto está sendo apresentado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), onde um grupo também protesta. “Queremos que sejam feitos os investimentos previstos em contratos de concessão. “Após a privatização, haviam uma série de investimentos previstos que não foram feitos, então há condição, inclusive, para revogar contratos e reestatizar as empresas”, avaliou.

O vigilante João Evangelista de Jesus, 49 anos, participa da ocupação Vila Nova Palestina e reclama do serviço prestado pelas operadoras. “Lá, onde eu moro [extremo sul de São Paulo], a TIM quase nunca pega. Tenho três chips, mas de que adianta a promoção se não funciona?”, reclamou. Por outro lado, no bairro Brooklin, onde trabalha, ele diz que nunca tem problemas. “Na periferia falta tudo, mesmo quando a gente paga diretamente pelo serviço”, lamentou.

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