Protestos contra militares marcam aniversário do golpe de 1964 no RJ e em SP
Rio de Janeiro, 1 abr (EFE).- Milhares de pessoas se manifestaram nesta terça-feira no Rio de Janeiro e em São Paulo contra o 50º aniversário do golpe militar que mergulhou o país em 21 anos de uma violenta ditadura.
No Rio de Janeiro, duas manifestações, cada uma com centenas de pessoas, a maioria identificada com símbolos comunistas e de grupos de esquerda, se reuniu na Cinelândia, onde fica o Clube Militar, instituição que ainda defende a legitimidade do golpe de 1964.
Em duas horas de concentração pacífica foram registrados confrontos isolados que a polícia conteve com gás de pimenta e com a detenção de dois manifestantes, constatou a Agência Efe.
O enfrentamento entre os manifestantes e a PM começou quando um grupo lançou tinta vermelha na fachada do Clube Militar, que estava fechado.
No Clube os manifestantes desenharam a silhueta de um cadáver, e o rodearam de velas para simbolizar as vítimas da repressão da ditadura, e também queimaram uma camiseta camuflada semelhante à usada pelos soldados do exército.
O grupo exigia a “prisão para os fascistas do regime militar” e gritou nomes de alguns desaparecidos mostrados em cartazes preto e branco.
Em São Paulo centenas de pessoas e representantes de diferentes movimentos sociais saíram às ruas do centro da cidade para lembrar o dia do golpe, o que provocou a interrupção do trânsito em um trecho da Avenida Paulista.
Durante o protesto, diferentes grupos de manifestantes compartilharam flores e fotos de algumas das vítimas da ditadura, que em 1º de abril de 1964 derrubou o então presidente João Goulart.
“Estamos aqui para lembrar os que foram calados, torturados e mortos. Não esquecemos os mortos de ontem e pediremos justiça para os mortos de hoje, que são assassinados nas periferias do país”, gritaram diferentes vozes no início da manifestação. EFE
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