Protestos e violência marcam inauguração da sede do Banco Central Europeu
A inauguração da sede do Banco Central Europeu, em Frankfurt, na Alemanha, uma construção de 1,3 bilhão de euros (R$ 4,5 bilhões), levou milhares de manifestantes às ruas hoje (18) em um violento protesto contra o capitalismo e as medidas de austeridade impostas aos países europeus desde a crise econômica de 2008.
Houve confronto entre a polícia e os manifestantes, que quebraram vidraças, incendiaram carros e fizeram barricadas de pneus e contêineres de lixo. Mais de 90 policiais foram atingidos por uma substância corrosiva não identificada e por pedras atiradas pelos participantes do protesto. Cinco pessoas foram presas e várias detidas para prestar esclarecimentos.
Durante a inauguração, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Dragui, agradeceu à polícia pelos esforços em manter a segurança do local. Em resposta ao que ele chamou de “situação difícil do lado de fora do prédio”, Dragui disse que “sempre ficou entendido que os países da zona do euro deveriam ser capazes de se sustentar com as próprias pernas e ser responsáveis por suas próprias políticas”. Na avaliação dele, “a zona do euro ainda não é uma união política do tipo que alguns países tem que pagar permanentemente pelos outros”.
O porta-voz do movimento anticapitalista Blockupy, Frederic Wester, afirmou que há grande revolta e frustração em toda a Europa com as políticas da chamada Troika, grupo composto pelo Banco Central Europeu, a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI). “Injustiça social conduz a descontentamento. Hoje, Atenas chegou a Frankfurt”, disse, ao fazer referência à Grécia como um dos países mais afetados pelas políticas de austeridade. A manifestante Matte Fiedler ressaltou que “não há nada para celebrar na política do empobrecimento”.
Os organizadores do protesto estimam que quase 10 mil pessoas de várias partes da Europa participaram da manifestação. “Quando a gente olha para as políticas de austeridade impostas nos últimos ano e o que elas trouxeram, percebemos que as pessoas estão sofrendo, tendo que pescar comida no lixo, e o Banco Central Europeu tem grande responsabilidade nisso. Por isso eu acho muito importante essa manifestação”, disse Daniel Anton, que participou do protesto.
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