Protestos na Cisjordânia deixam 20 palestinos feridos
Ramala, 31 jan (EFE).- Pelo menos 20 palestinos ficaram feridos nesta sexta-feira em uma ação do Exército de Israel contra um grupo de pessoas que protestavam na Cisjordânia pela morte, na quarta-feira, de um homem na frente de um posto de controle israelense.
Testemunhas informaram à Agência Efe que os soldados utilizaram balas de borracha e munição real para dispersar contra um grupo que se concentrou nos arredores do campo de refugiados de al-Jalazun, próximo à cidade de Ramala e da qual procedia o jovem de 22 anos morto há dois dias em um confuso incidente.
Os enfrentamentos explodiram quando um grupo de manifestantes começou a lançar pedras, garrafas de vidro e outros objetos contra o dispositivo militar, acrescentaram as testemunhas. Fontes médicas informaram, por sua vez, que 20 pessoas foram atendidas com ferimentos de diversas gravidades em um hospital da região.
Os manifestantes protestavam pela morte, na quarta-feira passada, de Mohammed Mubarak, um jovem que, segundo a versão palestina, trabalhava para uma agência de cooperação americana na Cisjordânia e que foi interrogado e registrado antes de ser morto pelos soldados israelenses.
O exército israelense assegurou, no entanto, que o palestino estava armado, e que os soldados do posto de controle atuaram ao considerar que existia perigo de ataque.
Hoje, em um incidente separado, um homem de 27 anos ficou levemente ferido por disparos do exército israelense na região de segurança que separa Israel e Gaza.
Segundo testemunhas, o jovem foi identificado como um fazendeiro da região, e foi atingido por uma bala vinda do lado israelense quando se aproximava das cercas.
Nesta sexta-feira, centenas de moradores de Gaza voltaram a se manifestar perto da fronteira com Israel, como fazem semanalmente há sete anos para protestar contra o bloqueio israelense.
A tensão entre Gaza e Israel disparou no último mês, durante o qual grupos palestinos lançaram cerca de 30 foguetes contra regiões do sul israelense, nenhum dos quais causou vítimas.
Sobre esses lançamentos o exército israelense respondeu com bombardeios aéreos sobre alvos concretos em Gaza, o último deles na mesma madrugada contra a cidade meridional de Rafah, deixando oito pessoas feridas.
Horas depois do ataque, o primeiro-ministro do governo de Hamas em Gaza, Ismail Haniyeh, advertiu que o movimento não se sentirá intimidado nem vai cessar na “resistência armada contra Israel”.
“A resistência armada contra nosso inimigo é uma decisão estratégica. Aquele que pense que os ataques aéreos vão nos debilitar ou amedrontar está enganado”, disse Haniyeh nesta sexta-feira. EFE
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