Putin considera Fidel símbolo de “toda uma época”
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, classificou neste sábado o líder cubano Fidel Castro, que morreu ontem à noite, aos 90 anos, como símbolo de “toda uma época” da história contemporânea.
O correspondente Jovem Pan Ulisses Neto comentou as primeiras repercussões pela Europa da morte de Castro.
Enquanto o Kremlin, na Rússia, divulgou nota enviada a Raúl Castro repleta de elogios a Fidel, o presidente da França François Hollande, primeiro mandatário francês a ter visitado Fidel em vida, destacou que o ex-presidente cubano simbolizou os sonhos e desilusões de uma época. Ouça todos os detalhes deo comentário de Ulisses Neto AQUI.
Rússia
“A Cuba livre e independente que criou junto com seus correligionários se transformou em um membro influente da comunidade internacional e serviu de exemplo inspirador para muitos povos e países”, disse Putin, segundo o Kremlin.
O presidente russo, que também destacou que Fidel “deu sua vida” por seus ideais, fez estas afirmações em um telegrama de condolências que enviou ao presidente cubano, Raúl Castro.
“Era um homem forte e sábio que sempre olhava com segurança para o futuro. Representava os mais altos ideais como político, cidadão e patriota. Estava honestamente convencido de que sua causa era justa, e por ela deu sua vida”, apontou.
O líder russo, que também transmitiu condolências ao povo cubano, destacou que o líder da revolução cubana “era um sincero e confiável amigo da Rússia”.
“Contribuiu enormemente para o estabelecimento e desenvolvimento das relações russo-cubanas e para uma estreita cooperação estratégica em todos os âmbitos”, afirmou.
Para Putin, “a lembrança de Castro permanecerá sempre nos corações dos cidadãos da Rússia”.
Fidel fez quatro viagens à União Soviética, a primeira pouco depois da “crise dos mísseis” e durou 40 dias, em 1963, e a última aconteceu em 1987. O líder cubano nunca visitou a Rússia após o fim da URSS.
As relações entre o Kremlin e a ilha esfriaram com a chegada ao poder de Mikhail Gorbachev, em 1985, e o lançamento da Perestroika, processo muito criticado por Fidel, e entraram finalmente em crise com a desintegração da União Soviética, em 1991.
Logo após chegar ao poder, em 2000, Putin viajou a Havana e, no ano seguinte, ordenou o fechamento da base de espionagem eletrônica de Lourdes, último vestígio da presença soviética em Cuba durante a Guerra Fria.
No entanto, nos últimos anos o líder russo promoveu uma nova aliança estratégica entre os dois países, e o mais novo dos irmãos Castro visitou Moscou duas vezes, em 2009 e 2012.
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