Putin culpa Kiev pela intensificação do conflito na Ucrânia
Moscou, 23 jan (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta sexta-feira que a responsabilidade pelo agravamento da situação bélica no leste da Ucrânia e pela morte de civis é das autoridades de Kiev, que “dão ordens criminosas”.
“São as autoridades ucranianas que deram a ordem oficial de lançar ações militares em grande escala praticamente ao longo de toda a frente de batalha”, afirmou Putin segundo as agências russas.
“Utilizam artilharia, plataformas de lançamento de mísseis e aviação de modo indiscriminado, em bairros muito populosos. E tudo isto vai acompanhado de palavras de ordem propagandística sobre sua busca pela paz. A responsabilidade recai em quem dá as ordens criminosas”, disse em reunião do Conselho de Segurança russo.
Após realizar um minuto de silêncio pelas vítimas da guerra no leste da Ucrânia, “entre eles as pessoas que morreram (ontem) em uma parada de transporte público”, o presidente russo reiterou que o conflito “não tem outra solução além das negociações de paz e iniciativas de caráter político”.
“Frequentemente escutamos, também por parte de Kiev, que o governo defende justamente essa via para solucionar os problemas, mas na prática ocorre o contrário”, lamentou Putin.
O presidente ressaltou que há poucos dias ele próprio enviou ao governo ucraniano uma proposta para que ambos os lados retirassem artilharia e plataformas de lançamento de mísseis para uma distância que fosse impossível disparar contra núcleos de população.
“A proposta coincidia quase completamente com as exigências de Kiev. Inclusive tínhamos proposto que a retirada do armamento pesado fosse feita em torno da linha de separação que as autoridades de Kiev consideram justas e que corresponde aos acordos de Minsk assinados em 19 de setembro”, disse Putin.
Ao invés de responder, Putin afirmou que “as autoridades de Kiev ordenaram ações militares de grande envergadura ao longo de praticamente todo o perímetro de contato das duas partes enfrentadas”.
O líder dos separatistas pró-Rússia de Donetsk, Aleksandr Zakharchenko, anunciou hoje uma ofensiva contra as forças de Kiev até os limites administrativos da região, e descartou novas iniciativas de paz por parte dos rebeldes.
Uma possível ofensiva contra territórios controlados por Kiev sepultaria o acordo de Minsk sobre uma linha de separação entre as posições dos dois lados e a retirada do armamento pesado.
O conflito entre Kiev e os separatistas vive uma escalada nos últimos dias, agravada pela morte ontem de pelo menos oito civis após um ataque com artilharia contra uma parada de transporte público em Donetsk. EFE
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