Putin defende acordo entre Unasul e União Econômica Euroasiática

  • Por Agencia EFE
  • 14/07/2014 14h58
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Wilson Dias/Agência Brasil Dilma Rousseff e Vladimir Putin se encontram em Brasília

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, defendeu nesta segunda-feira em Brasília a negociação de um acordo de cooperação entre a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e a União Econômica Euroasiática, formada por seu país, Belarus e Cazaquistão.

“Em 2015, quando nosso acordo de união aduaneira com Belarus e Cazaquistão entrar em vigor podereemos analisar fórmulas de cooperação com os países sul-americanos”, afirmou Putin em pronunciamento à imprensa após a reunião com a presidente Dilma Rousseff.

Dilma recebeu Putin em Brasília, onde eles revisaram a agenda bilateral antes de viajarem para Fortaleza, onde participarão amanhã da IV Cúpula dos Brics, integrada também por Índia, China e África do Sul.

Segundo o presidente russo, além de assinar um importante conjunto de acordos em diferentes áreas para estimular a cooperação e a troca, ele e Dilma aproveitaram a reunião para conversar sobre formas de elevar o comércio entre os dois países.

“Discutimos sobre como pode ser a participação brasileira na união aduaneira que temos junto com Belarus e Cazaquistão, e sobre como o Brasil, nosso principal parceiro comercial na América Latina, pode nos servir de plataforma para entrar no mercado latino-americano”, disse.

Putin acrescentou que o comércio entre as duas regiões pode ser elevado mediante um acordo de cooperação entre a Unasul, com cujos presidentes se reunirá na quarta-feira em Brasília durante a cúpula dos Brics, e a União Econômica Euroasiática.

O mercado comum que agrupará Rússia, Belarus e Cazaquistão foi estipulado em maio e prevê o livre movimento de capitais, mercadorias, serviços e mão de obra nestes três países a partir de 2015.

Putin lembrou que o volume de comércio entre Rússia e Brasil dobrou desde 2004 e chegou aos US$ 5,56 bilhões ano passado, e que a meta de ambos os países é conseguir alcançar uma troca anual de US$ 10 bilhões.

“Nossa troca comercial se reduziu 2,2% no último ano e por isso nos reunimos para superar os atuais problemas e definir os passos pragmáticos que podemos dar para conseguir alcançar nossa meta”, afirmou.

Segundo Putin, o comércio bilateral alcançará um grande impulso quando começarem a operar no Brasil várias empresas russas com planos de negócios em território brasileiro, e destacou as de centrais elétricas, peças para automóveis e aviões e farmacêutica.

Apesar de não ter citado nenhum país em particular, nem a atual crise da Crimeia, Putin destacou a visão que Brasil e Rússia compartilham sobre os problemas internacionais.

“Estamos unidos na abordagem dos problemas internacionais chave, nos quais reconhecemos o importante papel que a ONU tem nestes processos”, disse.

O presidente russo também destacou os acordos de cooperação e troca de experiências na área esportiva assinados entre Brasil, que realizou a Copa do Mundo este ano e será sede dos Jogos Olímpicos do Rio em 2016, e Rússia, que organizou os últimos Jogos Olímpicos de Inverno e será a sede do Mundial de 2018.

Junto com os líderes das grandes economias emergentes, Putin e Rousseff voltarão após esse encontro a Brasília, onde na próxima quarta- feira participarão da primeira cúpula entre os Brics e os países da União de Nações Sul-americanas (Unasul).

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