Putin deve aceitar que Ucrânia é soberana para escolher Europa, diz ex-premiê

  • Por Agencia EFE
  • 06/03/2014 18h43
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Dublin, 6 mar (EFE).- A ex-primeira-ministra da Ucrânia Yulia Tymoshenko mandou nesta quinta-feira uma mensagem ao presidente russo, Vladimir Putin, para que respeite a soberania da Ucrânia e a vontade de seus cidadãos de pertencer à União Europeia.

“O Kremlin deve entender que a Ucrânia é um Estado, uma nação soberana, que é livre para escolher a Europa e não pode ser uma colônia enjaulada”, assinalou durante o congresso do Partido Popular Europeu (PPE) que acontece na capital irlandesa, para o qual foi convidada junto com o dirigente da oposição Vitaly Klitschko.

Tymoshenko afirmou que a crise ucraniana representará “um momento decisivo na história da Europa porque pela primeira vez ucranianos morreram ondeando bandeiras europeias”.

“Não estamos falando só da liberdade da Ucrânia. Estamos falando da liberdade de toda a região”, disse.

A líder opositora se comprometeu com a Ucrânia se tornar um país livre de corrupção e do uso da força, sustentado, pelo contrário, “na força da lei”.

“Devemos, mas sobretudo nos o devemos a nós mesmos “, afirmou para os delegados do PPE, e fechou seu discurso proclamando “Gloria à Ucrânia e glória à Europa”.

A ex-primeira-ministra ucraniana disse que tanto sua liberdade como a da Ucrânia “só foram possíveis graças a ter acontecido uma verdadeira revolução”.

Tymoshenko, que foi recebida pelo plenário de pé e aplaudida várias vezes, destacou o terrível momento que a Ucrânia vive e disse que “não é tempo nem de celebração nem de histórias pessoais”.

“Sofremos uma terrível agressão militar russa”, assinalou Tymoshenko, que pediu que Putin deixe a Ucrânia ir “tão longe quanto o mundo democrático permitir”.

Klitschko, por sua vez, pediu o apoio dos Estados vizinhos da Ucrânia para continuar lutando para que seu país seja “uma democracia moderna, transparente e forte e acabe se convertendo em um membro da UE”.

“Somos europeus geograficamente, historicamente, mentalmente, embora infelizmente estejamos longe dos padrões de vida europeus”, lamentou.

Em entrevista coletiva, disse que seu principal objetivo é solucionar a crise de uma maneira pacífica, “sem verter uma gota de sangue”, e acrescentou que a intenção da oposição é formar um governo que promova reformas que ajudem a conseguir a integração da Ucrânia na UE.

“Nosso futuro depende do que acontecer nos próximos dias”, disse Klitschko, que acrescentou que a UE deve exercer pressão sobre a Rússia para que Ucrânia possa conseguir uma saída negociada desta crise.

O dirigente opositor, que está convencido que os soldados armados que se encontram na Crimeia são russos, e afirmou que os líderes europeus são conscientes de que a intervenção militar representa uma ameaça para a unidade e a soberania da Ucrânia.

Em relação a sua associação com outros partidos de ideologias opostas, como o da própria Tymoshenko, explicou que o importante é que todos compartilham objetivos semelhantes.

“Queremos construir uma nova Ucrânia, com padrões de vida europeus, baseada em legalidade e no respeito aos direitos humanos”, acrescentou. EFE

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