Putin e Hollande decidem romper contrato sobre porta-helicópteros

  • Por Agencia EFE
  • 05/08/2015 17h59
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Moscou, 5 ago (EFE).- Os presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e França, François Hollande, decidiram nesta quarta-feira romper o contrato de construção e fornecimento de dois porta-helicópteros franceses do tipo Mistral.

Segundo informou o Kremlin em comunicado, a França já transferiu à parte russa o dinheiro antecipado pelo contrato assinado em junho de 2011, que, de acordo com as estimativas da imprensa local, chegava a cerca de 840 milhões de euros.

Quando a Rússia receber os equipamentos de comunicação instalados nos navios pelos especialistas russos, a França poderá considerar de sua propriedade os porta-helicópteros. O primeiro deles deveria ter sido entregue há um ano.

“Em Moscou, consideram que o caso Mistral está completamente encerrado”, ressalta a nota oficial.

Segundo o Palácio do Eliseu, o acordo foi feito nesta tarde por ambos os líderes em uma conversa por telefone.

A Rússia já tinha dado por cancelado há algumas semanas o contrato de entrega dos navios, que tinham sido batizados com nomes russos -“Vladivostok” e “Sebastopol”- e cuja entrega foi suspensa em 2014 por Hollande devido ao papel de Moscou no conflito na Ucrânia.

Putin tinha se mostrado compreensivo com a atitude francesa, mas lembrou que o contrato é “um documento jurídico” e que, em caso de descumprimento, esperava que Paris devolvesse o dinheiro antecipado.

O líder russo chegou a dizer que o contrato foi um favor que a Rússia tinha feito à França para manter seus estaleiros ocupados, mas que, na realidade, a Marinha russa não precisava deles.

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy criticou a decisão de Hollande de suspender a entrega dos navios militares à Rússia por causa de seu papel no conflito do leste da Ucrânia.

O contrato foi assinado em 2011 sob a presidência de Sarkozy, mas a entrega foi freada com a crise da Ucrânia e as alegações ocidentais de que Moscou apoia com armas e tropas os separatistas pró-Rússia.

Esse era o primeiro contrato de venda de navios de um país da Otan à Rússia, o que gerou grande repercussão entre os três países bálticos ex-soviéticos e a Polônia, que temem que os Mistral ameacem sua segurança.

Os Mistral – de 199 metros de comprimento e 32 de largura – podem receber até 16 helicópteros, cerca de 50 veículos militares e 500 soldados. EFE

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