Putin, Erdogan e Abbas presidem inauguração da Grande Mesquita de Moscou
Moscou, 23 set (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, o turco, Recep Tayyip Erdogan, e o palestino, Mahmoud Abbas, presidiram nesta quarta-feira a inauguração em Moscou da maior mesquita da Europa, que terá capacidade para mais de 10 mil fiéis.
Os três líderes chegaram à mesquita, situada em um cêntrico bairro de Moscou, perto das 11h30 local (5h30, em Brasília) e se sentaram junto ao presidente do Conselho de Muftis da Rússia, Ravol Gainutdin.
No início da cerimônia, o Grande Mufti disse que este “histórico” acontecimento servirá para fortalecer a paz e a fraternidade “entre os países, povos e culturas do mundo”.
Os três líderes se referiram durante o ato aos conflitos no Oriente Médio e à ameaça do terrorismo jihadista.
“Os terroristas do chamado Estado Islâmico comprometem o islã, uma grande religião mundial, semeiam o ódio, matam as pessoas, destroem monumentos do patrimônio mundial”, disse Putin, que acusou os jihadistas de basear sua ideologia “na mentira, em uma aberta perversão do islã”.
O chefe do Kremlin louvou as doutrinas que predicadas pelos líderes religiosos muçulmanos russos, que “com sua autoridade moral, fazem frente à propagada extremista”.
Por sua vez, Abbas condenou “as ações das autoridades ocupantes de Israel dirigidas a impedir o acesso dos muçulmanos à mesquita santa de al-Aqsa” em Jerusalém, em alusão aos planos do governo israelense de dividir esse templo, o terceiro na hierarquia islâmica, entre judeus e muçulmanos.
O palestino também se dirigiu à comunidade internacional para que “garanta a proteção dos santuários muçulmanos e cristãos em Jerusalém e Palestina, para brindar a mesma segurança que tinham antes das terras palestinas serem ocupadas por Israel”.
O presidente turco se referiu à tragédia dos refugiados sírios e de outros países do Oriente Médio e disse que a solução para este problema é dar mais segurança a esses países.
“A solução à crise dos refugiados não está em fechar as fronteiras ou deixá-los morrer no mar, mas por fazer com que seus países sejam seguros para viver”, disse Erdogan.
A Grande Mesquita de Moscou, que tem mais de 18 mil metros quadrados de superfície e uma altura comparável à de um edifício de seis andares, abrirá suas portas aos fiéis amanhã, por ocasião da Festa do Sacrifício (Eid-al Adha ou Kurban Bayram).
O templo foi levantado sobre os restos de uma antiga mesquita construída em 1904, que nunca fechou suas portas, nem sequer em tempos de Stalin, e que já se encontrava em estado ruinoso.
Moscou é após Paris a segunda cidade da Europa com mais muçulmanos com um milhão e meio, entre residentes e imigrantes do Cáucaso e Ásia Central.
Além disso, em todo o território nacional vivem cerca de 23 milhões de muçulmanos, segundo informou à Agência Efe o Conselho de Mutfis da Rússia, em sua maioria em Moscou, no Cáucaso Norte e nas repúblicas de Tartária e Bashkiria. EFE
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