Putin: Exército Vermelho salvou judeus do extermínio
Moscou, 26 jan (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, criticou nesta segunda-feira as tentativas de, segundo ele, reescrever a história da Segunda Guerra Mundial, particularmente o papel da União Soviética no conflito, ressaltando que foi o Exército Vermelho que salvou os judeus e outros povos do extermínio.
“Devemos entender que qualquer tentativa de reescrever a história, revisar o papel de nosso país na grande vitória, significa a justificativa dos crimes do nazismo e abre o caminho para o renascimento de sua ideologia assassina”, afirmou Putin, segundo o Kremlin.
Em mensagem por ocasião do 70º aniversário da libertação do campo de concentração nazista de Auschwitz, celebrado amanhã, Putin disse que “o Holocausto é uma das páginas mais trágicas e vergonhosas da história da humanidade”.
“As vítimas do nazismo foram milhões, que viveram o inferno dos campos da morte, foram fuzilados, torturados e morreram de fome e doença”, lembrou.
Putin afirmou que “o fim dessa monstruosidade e implacável barbárie foi alcançada justamente pelo Exército Vermelho, que salvou do extermínio não só os judeus, mas outros povos da Europa e do mundo”.
Em sua opinião, o esquecimento das lições do passado pode provocar sua repetição, por isso fez um pedido pela “defesa da verdade sobre a Segunda Guerra Mundial” e de quem combateu na disputa, estejam vivos ou mortos.
“É nosso dever e uma questão de honra perante as próximas gerações”, argumentou.
O ministro das Relações Exteriores da Polônia, Grzegorz Schetyna, gerou polêmica ao afirmar que foram os soldados ucranianos que libertaram Auschwitz, em 27 de janeiro de 1945.
A chancelaria russa respondeu que “é bem sabido que Auschwitz foi libertado por tropas do Exército Vermelho, em cujas fileiras combatiam (soldados de) todas as nacionalidades” da extinta União Soviética.
Putin não irá ao ato de comemoração na Polônia, já que o Kremlin considera que não foi convidado, por isso a Rússia estará representada pelo chefe da administração presidencial, Sergei Ivanov, colaborador próximo do presidente russo.
O museu de Auschwitz-Birkenau foi aberto em 1947 no antigo campo de extermínio, o maior criado pela Alemanha nazista, onde entre 1940 e 1945 foram assassinados 1,1 milhão de pessoas, das quais 90% eram judeus.
Auschwitz-Birkenau foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco em 1979, tornando-se um dos principais centros de memória do Holocausto. EFE
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