Putin mantém veto à criação de tribunal sobre Boeing derrubado na Ucrânia
Moscou, 29 jul (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, insistiu nesta quarta-feira em seu veto à criação de um tribunal internacional para investigar a catástrofe do Boeing acidentado há um ano no leste da Ucrânia com quase 300 passageiros a bordo.
Putin ressaltou hoje “a inalterabilidade de sua postura” em relação com dita iniciativa durante a conversa telefônica mantida com o primeiro-ministro da Holanda, Mark Rutte, segundo informou o Kremlin em comunicado.
O chefe do Kremlin fez estas afirmações horas antes do projeto de resolução sobre a criação de dito tribunal, uma proposta da Malásia (país ao qual o avião pertencia), ser levado ao Conselho de Segurança da ONU.
Na véspera do primeira aniversário da tragédia, o líder russo já considerou “prematura” a possibilidade da criação de um tribunal para julgar os culpados pela queda do aparelho quando sobrevoava a região de Donetsk.
Putin destacou a necessidade de “um pleno cumprimento da resolução 2.166 do Conselho de Segurança aprovada em 21 de julho de 2014 com o respaldo da Rússia que contempla uma investigação profunda e independente”.
E lamentou que os países que defendem a criação de um tribunal internacional sobre este assunto não tenham apoiado a proposta russa de uma nova resolução do Conselho de Segurança.
Além disso, Putin garantiu que a Rússia segue disposta a cooperar estreitamente para esclarecer as causas e as circunstâncias que rodearam a tragédia.
Embora também tenha criticado o fato dos especialistas russos não poderem ter acesso a todas as provas requestadas pelos especialistas holandeses e de outros países.
Nesta semana Vitali Churkin, embaixador russo perante a ONU, já antecipou que votará contra o projeto malaio, dizendo que trata-se de um “passo para o confronto” e que “é muito perigoso”.
“Votaremos contra sem sombra de dúvidas. Se a resolução não conseguir nove ou mais votos, haverá veto. Infelizmente, acho que o mais provável é que some nove votos”, disse.
Churkin ressaltou que a Rússia mantém que a catástrofe do Boeing MH17 é um caso penal e não uma ameaça à paz e segurança internacionais, como propõe s Malásia.
A resolução malásia, cuja companhia aérea Malaysia Airlines fretou o avião acidentado, recebeu o apoio da Ucrânia, Bélgica, Austrália e Holanda, cuja cidadania ostentavam quase 200 dos passageiros do aparelho.
Ucrânia e as chancelarias ocidentais acusam os rebeldes pró-Rússia de derrubar o avião quando este sobrevoava uma zona sob seu controle, algo que é negado por Moscou, que acusa Kiev de encobrir provas.
Dias antes do aniversário, um relatório elaborado por investigadores holandeses responsabilizou diretamente aos insurgentes de derrubar o avião com um míssil terra-ar. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.