Putin pede que processo de paz na Ucrânia comece o mais rápido possível
Moscou, 27 ago (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, pediu nesta terça-feira que o processo de paz no leste da Ucrânia, cenário nos últimos meses de combates entre forças governamentais e rebeldes, tenha início o mais rápido possível.
“A Rússia vai fazer todo o possível para (promover) o processo de paz. Este processo deve começar o mais rápido possível”, declarou Putin para a imprensa russa após a cúpula realizada em Minsk.
Depois de se reunir pela primeira vez sem a presença de mediadores com o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, Putin ressaltou que Moscou não vai impor condições para um cessar-fogo na Ucrânia.
“O que podemos é contribuir para criar uma atmosfera de confiança durante este, no meu ponto de vista, extremamente necessário processo de negociação”, disse o presidente russo para a imprensa de seu país.
Putin garantiu que acordou com Poroshenko o reatamento imediato das reuniões em Minsk do Grupo de Contato (Ucrânia, Rússia e UE) para encontrar uma solução para o conflito.
Os dois países também decidiram cooperar com o envio de ajuda humanitária para a cidade de Lugansk, controlada pelos rebeldes, mas sitiada pelas forças governamentais há semanas.
“Não quero me antecipar aos eventos, mas conseguimos acordos concretos a respeito”, disse.
O chefe do Kremlin, que autorizou na semana passada que um comboio humanitário russo cruzasse a fronteira ucraniana sem a permissão de Kiev, descreveu hoje a situação na zona de conflito como “catastrófica”.
Quanto à incursão de soldados russos em território ucraniano, Putin disse que ainda não recebeu o relatório do Ministério da Defesa, mas reconheceu que os militares “patrulhavam a fronteira e podem ter entrado em território ucraniano”.
No plano energético, Putin adiantou que acontecerão consultas bilaterais sobre o fornecimento e o trânsito do gás com destino à Europa, assunto que vem gerando polêmica entre as partes há meses.
Putin considerou como “positiva” e “útil” sua primeira reunião cara a cara com Poroshenko, que aconteceu após as consultas multilaterais mantidas entre os dois, além dos presidentes de Belarus, Cazaquistão e de representantes da União Europeia (UE).
Poroshenko, por sua vez, anunciou que ambos os países manterão “imediatamente” consultas para normalizar a situação na fronteira, ponto de entrada de armamento russo e de mercenários para as milícias rebeldes, segundo Kiev.
Além disso, adiantou os planos para elaborar um “roteiro” para a entrada em vigor de um regime de cessar-fogo bilateral que seria supervisionado pela Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).
“Demonstramos que a paz é o principal objetivo de nossa vinda a Minsk. Finalmente, a lógica do plano de paz foi apoiada por todos os chefes de Estado, sem exceções”, destacou.
O presidente ucraniano confirmou o reinício das consultas sobre o tema do gás entre Rússia e Ucrânia para o próximo dia 6 de setembro, com mediação do comissário europeu de Energia, Günther Oettinger.
Além disso, a chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton, propôs durante a cúpula de Minsk o início de negociações para um cessar-fogo e o pleno controle das fronteiras, além do envio de ajuda humanitária seguindo as normas internacionais.
A cúpula de Minsk foi a primeira tentativa internacional de se chegar a um compromisso entre Ucrânia e Rússia para uma solução pacífica do conflito nas regiões de Donetsk e Lugansk, no leste ucraniano, onde os rebeldes pró-Rússia se rebelaram contra Kiev em abril deste ano. EFE
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