Putin responde a Obama e a Otan: “Não é preciso ter medo da Rússia”
Roma, 6 jun (EFE).- O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que “só alguém que não esteja em seu são julgamento imaginaria que a Rússia poderia atacar a Otan algum dia”, e se referiu à crise na Ucrânia para dizer que “não foi culpa da Rússia que as relações com os países da União Europeia tenham se deteriorado”.
O líder russo fez estas declarações em entrevista concedida ao jornal italiano “Corriere della Sera” e publicada neste sábado.
O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, recebeu no último mês de maio na Casa Branca o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, com quem abordou a postura “cada vez mais agressiva” da Rússia no conflito ucraniano.
“Não é preciso ter medo da Rússia”, afirmou Putin nesta entrevista, na qual negou que seu país seja uma ameaça.
“A Rússia praticamente não tem bases militares no exterior. Nossa política não tem um caráter global, ofensivo ou agressivo”, ressaltou, ao mesmo tempo que disse que não ocorre o mesmo com “as bases americanas” em nível internacional.
Quanto à crise na Ucrânia, Putin respondeu às acusações realizadas ontem pelo secretário-geral da Otan, que disse que a Rússia apoiava os separatistas na Ucrânia com artilharia e equipamento pesado e que não respeitava as fronteiras com seus países vizinhos.
“Talvez os Estados Unidos estejam interessados em evitar uma aproximação entre a União Europeia e Rússia”, afirmou Putin.
O líder russo negou que a intenção da Rússia seja medir suas forças com os EUA e ressaltou que o Kremlin mantém uma relação de cooperação com este país em assuntos como terrorismo e na prevenção de fabricação de armas de destruição em massa.
Quanto à UE, Putin lamentou que as relações tenham se “deteriorado” por culpa, segundo disse, não da Rússia, mas dos países comunitários.
“Não fomos nós os que introduzimos certas limitações no comércio e na atividade econômica. Foram empreendidas ações contra nós e nos vimos obrigados a defender-nos”, argumentou.
Por fim, Putin declarou ter “a impressão de que a UE manteve relações com a Rússia baseadas em seu próprio benefício” e citou exemplos para apoiar sua teoria, como “o acesso aos mercados europeus negado” aos produtos russos “no âmbito nuclear”, “apesar da existência de múltiplos acordos”. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.