Putin: revolução na Ucrânia é uma advertência para Rússia

  • Por Agencia EFE
  • 20/11/2014 13h20

Moscou, 20 nov (EFE).- O presidente russo, Vladimir Putin, disse nesta terça-feira que a revolução na Ucrânia, que provocou em fevereiro a queda do presidente Viktor Yanukovich”, é uma lição e uma advertência” para a Rússia.

“Para nós, é uma lição e uma advertência, e faremos todo o possível para que isto nunca ocorra na Rússia”, disse Putin durante a reunião do Conselho de Segurança, segundo a imprensa russa.

Hoje é véspera do primeiro aniversário do início dos protestos antigovernamentais na Ucrânia. Putin destacou ainda as “trágicas consequências da onda das chamadas revoluções de cor”.

“Que comoções viveram e vivem os povos dos países que foram submetidos a esses irresponsáveis experimentos subterrâneos e, em algumas ocasiões, de grosseira e flagrante ingerência em suas vidas”, afirmou.

A Rússia classificou de “revoluções de cor” as revoluções das Rosas, ocorrida na Geórgia em 2003 e que conduziu ao poder Mikhail Saakashvili; a Laranja, na Ucrânia, em 2004, e das Tulipas, no Quirguistão, em 2005.

Com relação ao movimento de protesto conhecido como Euromaidan, que nasceu em 21 de novembro de 2013 após o governo ucraniano desistir de se associar à União Europeia, Putin o considerou um “golpe de Estado”.

Coincidindo com o aniversário, o vice-presidente americano, Joe Biden, chega nesta noite a Kiev, onde se reunirá amanhã com o novo presidente ucraniano, Petro Poroshenko.

O chefe do Kremlin advertiu sobre as “irreversíveis” consequências da propagação das ideias extremistas para um país multinacional como a Rússia, por isso defendeu a “erradicação” de qualquer surto extremista que possa provocar um conflito étnico, social ou religioso.

Putin disse que “as chamadas para reverter violentamente a ordem estabelecida são mostras diretas de pensamento antipopular e de extremismo”.

“Na hora de defender a liberdade de escolha, de associação e de manifestação, não se pode esquecer a responsabilidade por suas palavras e ações”, afirmou.

Mas negou que a luta contra o extremismo signifique a perseguição da oposição, já que a Rússia “é um país democrático” no qual “os cidadãos podem expressar sua opinião” e “têm direito a estar na oposição”.

“O essencial é que o processo de manifestação dos cidadãos transcorra de maneira civilizada e exclusivamente no marco da lei”, afirmou. EFE

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